Foi uma semana de alívio para municípios gaúchos que enfrentavam outro mês de pouca chuva. A precipitação em algumas cidades do Estado desde segunda-feira (24/07) aumentou o nível de barragens cuja situação era considerada preocupante. Em alguns lugares, a chuva foi tanta que quase causou enchentes.

No caso da barragem de Santa Maria, monitorada pela Corsan, o nível das águas aumentou pelo menos 77 centímetros nos últimos três dias. A mudança é considerada uma boa recuperação do reservatório, conforme o diretor de operações da Corsan, Jorge Accorsi:

- A chuva trouxe uma garantia maior de abastecimento.

Segundo a Defesa Civil do Estado, choveu em pelo menos 284 municípios gaúchos até o começo da tarde de ontem (27/07). Em alguns pontos, como no Vale do Taquari, a precipitação chegou a ser demasiada. O Rio Taquari e arroios próximos estiveram prestes a inundar cidades como Lajeado e Estrela.

Desde dezembro passado, 84 municípios gaúchos chegaram a decretar situação de emergência em função da estiagem. Oito deles tiveram de definir horários de fornecimento de água para a população. Ontem, 14 cidades ainda faziam parte do rol de municípios afetados, mas apenas Bagé e Trindade do Sul seguem racionando água.

Na cidade da Campanha, onde a situação ainda é considerada crítica, a principal barragem, a Sanga Rasa, chegou a ser desativada há cerca de dois meses. Equipes da Defesa Civil seguem atentas ao volume da barragem de Piraí. Em Trindade do Sul, abastecida por poços artesianos, os moradores da zona rural são os mais afetados pela estiagem prolongada.

- Estamos concentrando a economia de água principalmente no interior do município. Tivemos uma chuva média de 60 milímetros nos últimos dias, mas a previsão é de que tenhamos um abastecimento normalizado só em 90 dias - diz o prefeito, Carlinhos Tonet (PDT).

Em Alegria, o abastecimento de água foi normalizado graças à chuva desta semana. No entanto, a prefeitura aguarda o volume de precipitação dos próximos dias para decidir se cancela em definitivo o racionamento, que atingia a cidade todas as noites, das 21h às 4h, desde janeiro.
(Por Taís Grün, Zero Hora, 28/07/2006)