Doze usinas gaúchas querem disputar leilão do governo federal
2006-07-28
Cinco empreendimentos energéticos de médio e grande porte a serem instalados no Rio Grande do
Sul desejam concorrer no leilão de energia do governo federal que será promovido no dia 10 de
outubro. Além dessas usinas, mais sete pequenas centrais hidrelétricas (PCHs - que podem gerar
até 30 MW) gaúchas pretendem disputar o leilão.
Os nomes dos projetos e dos empreendedores que se cadastraram na habilitação técnica do leilão
foram divulgados ontem (27/07) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Os cinco maiores
projetos gaúchos somam uma potência de 1,3 mil MW (mais um terço da demanda de energia do estado)
e necessitarão investimentos estimados em cerca de U$ 1,9 bilhão. Os mais expressivos
empreedimentos gaúchos que solicitaram participação no leilão são as termelétricas a carvão
Seival (500 MW) e CTSul (650 MW). Também desejam entrar na disputa pela garantia da venda de
energia a hidrelétrica Monjolinho (67 MW) e as térmicas a óleo combustível e diesel, Montenegro
1 (51 MW) e Montenegro 2 (70 MW).
Enquanto as termelétricas a carvão serão implementadas nos municípios de Candiota (Seival)
e Cachoeira do Sul (CTSul), a hidrelétrica Monjolinho será localizada no rio Passo Fundo,
entre os municípios de Faxinalzinho e NONOAI. As usinas a oléo combustível e diesel, da empresa
Alusa Engenharia, serão implementadas em Montenegro.
Apesar de estarem cadastradas na lista dos empreendimentos que requisitaram a habilitação
técnica para o leilão, não deverá ser nesse evento que os projetos Montenegro 1 e Montenegro
2 terão sua energia comercializada. "Dificilmente poderemos disputar o leilão porque temos
pouco tempo para conseguir a licença ambiental", dmite o diretor de desenvolvimento da Alusa
Engenharia, José Lázaro Alves Rodrigues. A assessoria de imprensa da Fundação Estadual de
Proteção Ambiental (Fepam) informa que foi requisitado à Alusa um estudo de impacto ambiental
que até o momento não foi entregue.
Mais otimista está o corrdenador do projeto Seival, Roberto Faria. "Já estamos com o acordo com
os nossos investidores praticamente fechado", comemora Faria. Calcula-se que sejam necessários
cerca de U$ 830 milhões para efetivar a termelétrica Seival. Um fato inédito desde leilão de
outubro é que uma termlétrica a carvão do Ceará poderá concorrer.
Faria informa que o carvão que será utilizado pelo projeto nordestino será importado,
provavelmente da Colômbia. As reservas brasileiras de cervão concentram-se no Rio Grande do Sul
e em Santa Catarina. "Até 2015 haverá uma diversificação da matriz energética nacional e o
carvão terá um papel importante nisso", prevê Faria.
(Jornal do Comércio, 28/07/2006)
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