O cientista inglês Glen Barry emitiu nesta semana uma nota de alerta sobre os efeitos da destruição da floresta amazônica no clima global. A seguir, a íntegra do texto.
Novas pesquisas realizadas pelo altamente respeitado
Woods Hole Research Centre, reportadas pelo jornal inglês The Independent, concluíram que a vasta floresta tropical da Amazônia encontra-se a ponto de se tornar um deserto, com conseqüências catastróficas para o clima mundial.
Estas pesquisas prevêem que a floresta tropical da Amazônia não pode agüentar mais que dois outros anos consecutivos de seca sem que se desencadeiem megaincêndios, os quais se espalharão pela floresta, destruindo ecossistemas ainda saudáveis.
O solo desnudado em conseqüência destes incêndios ficará exposto ao sol, tornando-se finalmente desértico. A Amazônia está agora entrando em seu segundo ano sucessivo de mudança climática, de seca intensificada, o que torna provável que a morte da floresta comece em breve. A floresta da Amazônia contém 90 bilhões de toneladas de carbono, o suficiente para incrementar a taxa de aquecimento global em 50%.
Impactos das mudanças climáticas já de há muito previstos, tais como furacões, ondas de calor, secas extremas, etc., são já evidentes. Este cenário de mudança climática, destruindo ecossistemas amazônicos já diminuídos pela ação humana, é um pesadelo de há muito temido, chamado “reforço positivo”, caracterizado por desencadear efeitos que reforçam ainda mais o aquecimento e a seca.
Este reforço positivo, ao lado de outros, como o derretimento de geleiras permanentes e a liberação do metano dos oceanos, podem intensificar dramaticamente tais mudanças, levando a colapsos atmosféricos abruptos e em cascata que tornarão inabitável muito da superfície da Terra e destruirão a civilização tal como a conhecemos.
(Por Glen Barry,
Climate Change Portal, 27/07/2006)