O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, descartou ontem (26/07) o risco de racionamento na região Sul do País, mesmo com baixos níveis dos reservatórios por conta da estiagem.
"Mesmo nessa condição e, se ficar ainda mais crítico, não há risco", afirmou logo após uma reunião em Curitiba com o presidente da Companhia Paranaense de Energia (Copel), Rubens Ghilardi. "A estratégia de transferência das regiões Sudeste e Centro-Oeste atende cerca de 65% da carga necessária para o Sul", completou.
Desde o início da estiagem, que castiga todos os estados do sul do País, o intercâmbio de energia tem garantido o fornecimento da região. A carga total dos três estados chega a 8.000 MW, dos quais 5.200 MW estão sendo transferidos do Sudeste para o Sul. "É uma solução e a energia tem o mesmo preço, não há prejuízo para ninguém. Este é um mecanismo que o próprio Sistema Interligado prevê", afirma.
Por conta da seca, a Copel pretende iniciar até setembro as operações da Usina Elétrica a Gás de Araucária, que possui potência instalada de 468 MW. A iniciativa depende do fornecimento de gás pela Petrobras. Mais cinco geradoras térmicas do Rio Grande do Sul, que somam juntas 1.056 MW, também vão contribuir para elevar a geração própria da região Sul.
(Por Cristina Rios,
Gazeta Mercantil, 27/07/2006)