Biodiesel anima sojicultores
2006-07-27
A possibilidade de produção de biocombustíveis a partir de óleos vegetais e utilização dos
excedentes de produção de soja para este fim anima os sojicultores de todo o país. O assunto foi
discutido durante painel sobre Água e energia, na 34ª Reunião de Pesquisa de Soja da Região
Sul, que se encerra hoje (27/07) em Pelotas, na sede da Embrapa Clima Temperado, com a definição
do local do próximo encontro, no ano que vem.
O painel teve a participação do coordenador de projetos especiais da Petrobras, Luiz César
França, e do assessor da presidência, da Brasil Ecodiesel, Júlio Armando Martinez. O pesquisador
da Embrapa, participante do projeto de Agroenergia, Márcio Magnani, acredita que além de
absorver o excedente de matéria-prima, os projetos devem se refletir na ampliação da cultura e
também nos valores futuros das matérias-primas.
O presidente da comissão organizadora do encontro, Mário Franklin Gastal, explica que o Brasil
produz hoje mais de cinco milhões de toneladas de óleo de soja. Três milhões de toneladas se
destinam ao consumo interno e os outros dois milhões são exportados. Além disso, o país exporta
20 milhões de toneladas de grão. Se esse grão em vez de exportado for processado internamente,
resultaria em excedente superior a dez milhões de toneladas de óleo para aproveitamento como
biocombustíveis.
Matéria-prima
A Petrobras, dentro do projeto de mudança da matriz energética, com a utilização de outros tipos
de energia, como a eólica, hidrogênio e óleos vegetais, é uma compradora potencial de
matéria-prima. A empresa pretende adquirir óleos vegetais para a produção de biodiesel e o
H-Bio, processo que ainda está sendo patenteado e que deve misturar o óleo vegetal diretamente
no refino do petróleo. “Esta é mais uma opção para a colocação do excedente do óleo de soja”,
comenta o pesquisador.
A Brasil Ecodiesel é uma empresa privada que já está produzindo biodiesel a partir de diversas
matérias-primas oleaginosas, como a soja e a mamona. Está em fase de implantação a sua fábrica
no município gaúcho de Rosário do Sul. “Os empresários estão entusiasmados com a produtividade
da mamona no estado, que se mostrou bem superior ao nordeste do país”.
(Por Luciara Schneid, Diário Popular, 27/07/2006)
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