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2006-07-27
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Pará (Faepa) não acredita na ameaça feita pelos supermercados, cadeias de fast-food e fabricantes de alimentos da Europa, de cancelar a compra da soja e derivados produzida na Amazônia que sejam de origem ilegal. “Não consideramos a possibilidade desse boicote. O Greenpeace usa a emoção e não a razão, e quer impor suas idéias aos outros sem qualquer embasamento científico”, avalia Rui Chaves, presidente da Câmara de Grãos e Oleaginosas da federação e presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento Agropecuário na Amazônia.

Ele afirma que a produção de soja em Santana do Araguaia e em Conceição do Araguaia, no sudoeste do Pará, está bem maior do que no oeste paraense. “Mas lá os ambientalistas do Greenpeace não aparecem. É porque lá não tem o porto da Cargil para eles fazerem a cena deles. Essas denúncias são irresponsáveis e mentirosas. Os europeus não são trouxas e não cairão nessa cilada. Eles precisam se alimentar”, afirma.

Grileiros de fronteira serão primeiros atingidos
A Faepa, juntamente com a Ufra, Embrapa, Adepará, Sectam, Sagri, Emater e Ministério da Agricultura está finalizando um projeto para a produção de sementes e grãos no Pará. “Hoje nossos produtores compram as sementes no Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e até no Maranhão. Ocorre que muitas vezes essas sementes não são as mais adequadas ao nosso clima. O projeto pretende produzir sementes geneticamente modificadas e melhoradas específicas para nosso Estado. Apesar dos boicotes, continuaremos a investir em ciência e pesquisando as melhores técnicas para melhorar nossa produção”, antecipa.

Paulo Barreto, pesquisador do Instituto Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) diz que a possível moratória dos grandes compradores de soja por dois anos pode estimular que o governo efetivamente crie políticas públicas para organizar e legalizar a produção de soja no oeste do Pará, hoje em grande parte, segundo ele, baseada de “maneira insustentável, em terras griladas e gerando inúmeros conflitos fundiários”.

Chaves acusa diretamente ao Greenpeace porque foi a partir do relatório da ONG ambientalista, que relaciona a produção da soja à devastação na região amazônica, que as multinacionais decidiram pelo boicote. O documento foi publicado na edição da última segunda-feira do jornal britânico The Guardian. As empresas que agora se recusam a comprar a soja amazônica alegam que o exigente consumidor europeu pode deixar de comprar seus produtos por causa da origem da soja. Por essa razão pressionam os fornecedores a criar formas de legalizar o grão.

O dirigente afirma que os produtores de soja não derrubam mata nativa para plantar soja. “Quando você derruba árvores, fica o toco e a soja só é plantada em áreas planificadas e preparadas. O processo é feito de maneira que o homem não toca nas sementes. Não dá passa passar a adubadeira por cima de áreas com tocos de árvores. Não existe esse desmatamento e isso precisa ser desmistificado perante a opinião pública”, ressalta.

A curto prazo, a decisão, avalia, pode atrapalhar a ação dos chamados “grileiros de fronteira”, que baseiam sua ação na grilagem de terras que são vendidas posteriormente com base num suposto crescimento do setor. “Esse é um aviso que precisa forçar o governo a criar sistemas de rastreamento da produção da soja naquela região, uma atividade que precisa ser confiável para que gere efetivo crescimento para a região”.
(Por Luiz Flávio, Diário do Pará, 26/07/2006)
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