Cientistas vão à África atrás da origem dos furacões
2006-07-27
Cientistas da Nasa, da Administração Nacional de Atmosfera e Oceano (NOAA), universidades e agências internacionais pesquisarão como os ventos e a poeira da África influenciam o nascimento de furacões no Oceano Atlântico. A campanha, batizada Análise Multidisciplinar das Monções na África 2006, ocorrerá de 15 de agosto a meados de setembro, nas ilhas de cabo Verde.
Pesquisadores usarão dados de satélite, de estações meteorológicas e modelos de computador para entender melhor as condições que levam ao desenvolvimento de ciclones tropicais, o nome genérico pelo qual são conhecidos depressões tropicais, tempestades e furacões. "Cientistas reconhecem um furacão quando o vêem, mas nossa capacidade de prever qual sistema mais fraco irá se intensificar num furacão não é grande", disse Edward Zipser, cientista-chefe da missão.
Para que os furacões surjam, são necessárias diversas condições no ambiente, como águas quentes no oceano, alta umidade no ar e condições atmosféricas favoráveis, com padrões de vento ascendentes a partir da superfície do oceano. Furacões do Atlântico geralmente começam como perturbações fracas na costa da África Ocidental.
Durante a campanha, os cientistas esperam entender melhor o papel da camada de ar do Saara nessa dinâmica, e como o ar seco, os ventos fortes e a poeira influenciam os ciclones. Essa camada é uma massa de ar muito seco e poeirento que se forma sobre o deserto no final da primavera, no verão e início do outono. Ela costuma se deslocar até o Oceano Atlântico.
(Estadão, 26/07/2006)
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