Produtores vão aprender técnicas de recuperação da floresta amazônica
2006-07-26
Produtores de grãos e representantes de instituições de ensino e pesquisa da região de Santarém e Belterra, no Pará, participam a partir de hoje do curso em técnicas de recuperação de áreas degradadas e matas ciliares. O evento acontece em Santarém até amanhã (27/7).
O objetivo é capacitar os agricultores da região a identificar áreas que devem ser protegidas pelo Código Florestal, como as APPs (Áreas de Proteção Permanente), e como recuperá-las no caso terem sido degradadas.
O curso será ministrado por especialistas do Esalq/USP Laboratório de Ecologia e
Restauração Florestal), com realização da TNC (The Nature Conservancy) e do Sirsan (Sindicato Rural de Santarém ).
Este é um dos primeiros treinamentos a serem oferecidos sobre o tema. O curso aborda teoria e prática quanto a aplicação de técnicas básicas em restauração ecológica, legislação ambiental, criação de corredores ecológicos, e o monitoramento da recuperação de áreas degradadas em propriedades rurais.
Dentro as instituições participantes do evento estão a Sectam (Secretaría Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente ) do Estado do Pará e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) do governo federal.
Apoio aos produtores
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Segundo a representante da TNC no Brasil, Ana Cristina Barros, o curso é um exemplo concreto do tipo de apoio técnico que ONGs, empresas e associações podem oferecer para os agricultores. “Muitos produtores querem recuperar suas florestas, mas não sabem como. Trazer a floresta de volta exige muito mais do que simplesmente plantar árvores. Esperamos que eles ponham em prática as técnicas aprendidas para a recuperação das suas florestas” afirmou.
O presidente do Sirsan, Adinor Batista dos Santos, disse que o curso vem atender uma das maiores preocupações do sindicato que é trabalhar respeitando a legislação ambiental. “A transferência de conhecimento técnico para o produtor rural é fundamental para que eles possam recuperar áreas degradadas” explicou o representante da entidade representante dos produtores de grãos da região.
A capacitação faz parte do projeto piloto Soja Responsável do Programa de Conservação da Amazônia da TNC em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Santarém e os produtores rurais associados. Esta iniciativa tem apoio da Cargill do Brasil, S.A. e da Embaixada do Reino Unido.
O projeto busca incentivos para produtores dos municípios de Santarém e Belterra que mantêm relações comerciais com a empresa Cargill a se adequarem ao Código Florestal.
Além deste projeto piloto na Amazônia, a TNC tem experiência na consolidação da conservação de áreas privadas em outros biomas do Brasil, incluindo a Mata Atlântica e o Cerrado. Uma destas iniciativas, em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, reúne mais que 12 parceiros, incluindo empresas do setor de agronegócio.
O objetivo é promover o processo de regularização socioambiental das propriedades rurais do município, compatibilizando o desenvolvimento agro-pecuário e a conservação ambiental da região.
(Jornal do Commercio, 25/07/2006)
http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=214737