Licitação do Complexo do Rio Madeira deve começar em novembro
2006-07-25
O governo trabalha com a hipótese de licitar no dia 27 de novembro a primeira das duas usinas do complexo hidrelétrico do Rio Madeira, em Rondônia. O secretário de Planejamento do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimermann, informou. Sexta-feira, que aguarda só a liberação da licença prévia para iniciar a construção da usina de Santo Antonio, que deverá agregar 3.350 megawatts (MW) ao sistema interligado nacional. A outra usina do complexo, Girau (3.100 MW), deverá ser licitada em dezembro do ano que vem, segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim.
Zimermann e Tomasquim participaram, no Rio, de um seminário promovido pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro. Na ocasião, o secretário confirmou que a usina será licitada em um leilão especificamente destinado ao projeto do Rio Madeira. A expectativa, segundo Zimermann, é que a usina comece a operar em 2011.
O presidente da EPE também anunciou que até a última quinta-feira foram solicitados 134 pedidos para cadastramento de usinas no leilão do próximo dia 10 de outubro, de novos empreendimentos energéticos – batizado de A-5, por incluir projetos que vão começar a gerar daqui a cinco anos. Assim como no leilão de dezembro, o próximo incluirá não só projetos de novas usinas, mas também das chamadas usinas botox, que só precisam de contrato para começar a operar. A expectativa é que todos os projetos comecem a gerar energia em 2011.
A lista inclui alguns projetos de usinas que ficaram de fora do último leilão, em dezembro, por dificuldades de licenciamento ambiental. Entre os quais, o das hidrelétricas de Estreito (1.087 MW, MA/TO), São Salvador (241 MW, TO/GO), Serra do Facão (210 MW, GO) e Foz do Chapecó (855 MW, SC/RS). Também está prevista a outorga de seis novos projetos: Baixo Iguaçu (340 MW, PR), Cambuci (50 MW, RJ), Barra do Pomba (80 MW, RJ), Mauá (361,1 MW, PR) e Dardanelos (261 MW, MT) e Salto Grande (53 MW, PR).
A lista também inclui empreendimentos termoelétricos, como uma usina a carvão (700 MW) no Ceará, da MPX, do empresário Eike Batista, além de uma usina a gás (450 MW), que faz parte do projeto da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), que será desenvolvido em parceria, em Itaguaí, pela Companhia Vale do Rio Doce e a alemã Thyssen Krupp.
O prazo para cadastramento dos projetos junto à EPE terminou na sexta-feira. A expectativa é que só ao longo desta semana seja divulgada a lista oficial das usinas. Tolmasquim adiantou, no entanto, que a maior parte dos projetos será de base hídrica.
(Por Ricardo Rego Monteiro, Gazeta Mercantil, 24/07/2006)
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