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2006-07-25
A onda de calor que se estende por toda a Europa é uma conseqüência direta do aquecimento da atmosfera, afirmam especialistas . “Observamos e sofremos os primeiros efeitos do aquecimento do planeta”, disse à IPS o meteorologista Hervé Le Treut, do Centro Francês de Pesquisa Científica. “As emissões de gases causadores do efeito estufa, como o dióxido de carbono, estão provocando altas temperaturas em todo o mundo, mas estas são observadas de forma irregular ao longo dos diferentes continentes. O clima global claramente está sendo afetado”, afirmou.

Os gases que causam o efeito estufa derivam da queima de combustíveis fósseis, com carvão e petróleo, e a maioria dos cientistas concorda que são a causa do aquecimento da atmosfera terrestre, que provoca graves transtornos climáticos. Temperaturas muito superiores aos 35 graus foram registradas em toda a Europa na semana que passou. Na quinta-feira, Paris e Berlim registraram 39 graus, e, na véspera, a Bélgica teve seu dia mais quente, com 37 graus. A Grã-Bretanha também registrou temperatura recorde em julho, alcançando 36,5 graus. A máxima registrada até então era de 36 graus.

“A Europa ressecada”, foi a manchete do semanário espanhol El Semanal. A onda de calor provocou várias mortes em todo o continente. O ministro da Saúde e da Solidariedade da França, Xavier Bertrand, informou no dia 19 passado que pelo menos nove pessoas haviam morrido neste verão do hemisfério norte devido ao calor. “Peço a todos que sejam conscientes dos riscos de saúde, porque nos próximos dias as temperaturas serão tão altas que as pessoas (especialmente as idosas) não serão capazes de se recuperar rapidamente”, afirmou em uma entrevista coletiva.

Na Espanha, houve, pelo menos, duas mortes em razão do forte calor. As duas vítimas eram pedreiros que morreram enquanto trabalhavam. Na Alemanha e na Holanda, quatro pessoas morreram por problemas cardiovasculares causados pelas altas temperaturas. Mas o número de mortes este ano continua sendo baixo em comparação com as 35 mil pessoas que morreram na onda de calor de 2003, das quais 15 mil, na maioria idosos, faleceram na França. “A onda de calor de 2003 atingiu seu clímax no mês de agosto. As temperaturas deste ano estiveram acima da média já nesta primavera (boreal). Os dias quentes ainda estão por vir”, alertou Treut.

Outra razão para a relativamente baixa quantidade de vítimas fatais este ano é o sistema de alerta adotado pelas autoridades sanitárias, sobretudo na França. “Depois do drama de 2003, adotamos um plano de vigilância que funciona desde 1º de janeiro (deste ano). Queríamos antecipar os riscos e impedir mais mortes”, disse à IPS o diretor do Instituto Francês de Vigilância em Saúde, Gilles Bruecker. O plano dá especial atenção aos idosos e às crianças, e inclui uma proibição de toda atividade esportiva intensa nos períodos mais quentes do dia em toda a França. O uso da água é restrito, com a proibição de encher piscinas particulares e controles de irrigação de jardins.

Prevê-se que haverá verões mais quentes no futuro. As temperaturas registradas na Europa desde 1900 indicam que hoje há mais dias quentes do que antes. “O número de dias com temperaturas superiores a 25 graus aumenta regularmente”, disse Serge Planton, diretor do Centro para Pesquisa do Clima, na cidade francesa de Toulouse. “Em média, a temperatura na Europa aumentou um grau desde 1900. A mudança climática provocada pelas emissões de gases causadores do efeito estufa, como o dióxido de carbono, derivará a um aquecimento entre 2,5 e cinco graus no continente europeu até 2100”, disse Planton à IPS.

A maioria dos cientistas europeus concorda com estas previsões. “Uma revisão superficial das estatísticas de temperaturas na Europa revela que o clima fica mais quente a cada ano”, disse à IPS o meteorologista Franz-Josef Loepmeier, do Serviço Climático Alemão. “Não veremos crescer palmeiras na Alemanha, mas os verões serão mais quentes nos próximos anos, a menos que a humanidade como um todo faça algo consistente contra o aquecimento global”, ressaltou. Com Loepmeier concordou Friedrich-Wilhelm Gerstengarbe, professor do Instituto Alemão para a Pesquisa Climática, com sede na cidade de Potsdam.

“As mudanças do clima que observamos são, em sua maioria, causadas por atividades humanas, especialmente a emissão dos gases que causam o efeito estufa”, disse à IPS. Gerstengarbe afirmou que durante os últimos cem anos as temperaturas na Alemanha aumentaram 0,8 graus. “Para os próximos 75 anos, esperamos um aquecimento entre 1,8 e 3,5 graus para nossa região”, previu. O calor também está prejudicando a agricultura e a produção de energia, especialmente nas centrais nucleares. A falta de água para os sistemas de resfriamento das instalações atômicas fez com que as empresas de energia alemãs reduzissem o ritmo de seus geradores.
(Por Julio Godoy, Envolverde, 24/07/2006)
http://www.envolverde.com.br/materia.php?cod=20098&edt=1

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