Valetão causa transtornos a moradores de Santa Cruz do Sul
2006-07-21
Os mosquitos e o mau cheiro estão tirando o sossego de muitos moradores do Bairro Harmonia. O foco do problema
localiza-se em um valetão aberto há três meses e que, até agora, não foi canalizado.
A tentativa da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, de resolver casos de alagamentos que vinham ocorrendo em algumas casas da
Rua Edwino João Haeser, acabou gerando uma dificuldade inesperada. Para canalizar as águas que descem das regiões mais
altas, foi aberta uma vala, com 400 metros de extensão, em direção ao Arroio das Pedras. Como a área é bastante plana, a
água não escorre e permanece parada nos fundos das residências. “Isso virou um criadouro de mosquitos e outros insetos.
Ninguém mais suporta”, desabafou o morador Marcos Silveira de Souza.
Esta semana, funcionários da Prefeitura estiveram no local e abriram uma parte do valetão. Com isso, a água que se
acumulava nos pátios das residências drenou. Mas, em seu lugar, ficaram o lodo e o mau cheiro. A dona de casa Ione Silveira
de Souza disse que o bairro é ótimo, se não fosse a vala. “Moro aqui há catorze anos e não tinha queixas. Infelizmente,
fizeram isso com a gente.” Conforme ela, não dá mais para sentar na rua por causa dos mosquitos e do odor.
Ezidro Schena comentou que precisa manter sua casa fechada de forma permanente. “Dizer que aqui tem mosquitos é elogio.
O bairro está infestado pelos insetos.” Para provar sua afirmação, levou a reportagem para visitar o interior da casa. “As
paredes estão cheias de mosquitos. Ninguém dorme à noite.”
SAÚDE – Um dos primeiros moradores da rua, Jorge Luís Araújo, lembrou que já foi feito abaixo-assinado, dirigido ao
governo municipal, solicitando a canalização da valeta. “Esta semana, soubemos que, só em janeiro, a Prefeitura pretende
abrir licitação para a compra dos canos. Isso nós não podemos aceitar.” Segundo ele, o que está ocorrendo é um problema de
saúde pública. “Não queremos que a dengue chegue aqui.”
Os moradores temem que os problemas se agravem nos meses quentes. Também questionam se a obra seguiu algum
planejamento. “É impossível que se faça um trabalho assim e que ele não tenha continuidade, com a canalização”, comentou
Marcos.
Solução
- O secretário municipal de Obras, Carlos Agnes, garantiu que hoje uma retroescavadeira voltará a trabalhar no local. Explicou
que serão abertos mais 150 metros de vala, em direção a uma sanga que passa nas imediações. Com isso, a água que está
parada deverá escoar.
- Explicou que a canalização, de pouco mais de 400 metros, não está orçada para 2006. No entanto, assegurou que fará todo
o esforço para colocar alguns canos ainda este ano, para amenizar os problemas nos pontos mais críticos.
- De acordo com o secretário, a várzea do Arroio das Pedras é muito plana e, com isso, surgiu a dificuldade no escoamento.
Também disse que, por falta de fiscalização no passado, o esgoto cloacal e pluvial estão ligados na mesma rede, o que
ocasiona o mau cheiro.
(Por José Augusto Borowsky, Gazeta do Sul, 20/07/2006)
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