Esgotar poço negro em Passo Fundo tem sido um problema. Isso porque o serviço gratuito é realizado pela prefeitura que não
consegue atender a demanda. Muitos preferem pagar para evitar transtornos como o transbordo e o mau cheiro, recorrendo a
empresas tercerizadas. Mas, o que não se sabe, é que a Corsan também é a responsável pela coleta e destino final de esgoto
sanitário da área urbana. No entanto, o serviço não está sendo realizado.
O contrato firmado entre a Corsan e prefeitura, assinado em 1990 e válido por 20 anos, autoriza a Concessão para a
Exploração, Execução de Obras, Ampliação e Melhoria dos Serviços de Abastecimento de Água e de Coleta e de Destino
Final de Esgoto Sanitário na área Urbana. O secretário dos Serviços Urbanos de Passo Fundo, José Eurides de Morais,
afirmou que o município não pode se eximir de fazer a coleta, mesmo sendo de responsabilidade do Estado. “Nós estamos
fazendo porque a Corsan não faz a sua parte. Acho que como gestores públicos temos a obrigação de pensar alternativas para
amenizar o problema”.
Morais informou que atualmente, apenas um caminhão, que tem mais de 30 anos, executa cerca de cinco a oito coletas por
dia. Mesmo assim, existem mais de 300 pedidos na lista de espera. TAXA - Quem está ganhando com isso, são as empresas
terceirizadas. Em Passo Fundo, são duas que realizam o trabalho. O proprietário de uma delas, Volmir Menegotto, contou que
apesar de faturarem realizando a coleta, agora um outro problema surgiu. Segundo ele, para descarregar o material na
Estação de Tratamento de Esgoto Araucária da Corsan, inaugurada há pouco tempo, está sendo cobrada uma taxa por metro
de material. “Isso vai aumentar o valor do recolhimento. Se hoje se cobra 70. Vai passar para 100. Poucas pessoas vão
conseguir pagar. Vai diminuir o nosso serviço e aumentar o da Prefeitura”, desabafou.
O vereador Luiz Miguel Scheis, (PDT), acredita que a Corsan tem que começar a realizar o serviço. “Se for preciso, nós vamos
movimentar a comunidade, através da Associação de Moradores, e fazer uma caravana até Porto Alegre, para nos reunir com
a direção geral da Corsan, e discutir os itens que foram firmados pelo contrato em 1990”. O superintendente regional da
Corsan, Wladimir Rezende de Moura, estava em viagem, e deve se manifestar hoje sobre o assunto.
(
Diário da Manhã - Passo Fundo, 20/07/2006)