Calor bate recordes no continente europeu e faz 16 vítimas
2006-07-21
Onda de calor que se recusa a passar pode levar os termômetros em toda a Europa a bater recordes nesta semana. Mas, enquanto uns se divertem, outros sucumbem e florestas queimam. Grande parte dos europeus continua a fritar sob temperaturas de até 40 graus Celsius devido a uma onda de calor que já deixou um saldo 16 mortos em todo o continente, dois deles alemães.
Na Alemanha, meteórologos estavam prevendo não apenas altas temperaturas com sol forte, mas também uma crescente humidade atmosférica, acrescentando uma sensação de abafamento a um verão que, ao que tudo indica, poderia bater o de 2003, que quebrou recordes e espalhou o caos no continente.
Segundo meteórologos alemães, a quinta-feira (20/07) poderia ser o dia mais quente do ano, com o termômetro marcando até 38 graus, enquanto o mês de julho poderia se tornar o mais quente do século. Autoridades alertam também para o crescente nível de ozônio na atmosfera e o aumento do risco de incêndios florestais em diversas regiões do país.
Um continente cede ao calor
Na Holanda, duas pessoas sucumbiram às altas temperaturas na última terça-feira (18/07), quando foi dada a largada para uma caminhada de quatro dias na região de Nijmegen, no leste do país. O evento, afinal, teve de ser cancelado devido ao calor. Na região de Bordeaux, no sudoeste da França, onde foram registradas temperaturas de 38 graus, dois octogenários faleceram por hipertermia: um homem de 85 anos morreu em um hospital e uma mulher de 81 anos, em casa.
As autoridades francesas, acusadas de reagir com demasiada vagareza durante a onda de calor de 2003, estão agindo sob alerta máximo desta vez. Como gesto simbólico, o primeiro-ministro Dominique de Villepin visitou um asilo de idosos para explicar as medidas tomadas pelo governo para ajudar as camadas da população mais vulneráveis ao calor. Na Espanha, um homem de 44 anos, morreu de exaustão em Orense, na Galícia, enquanto trabalhava ao ar livre sob um calor de 41,5 graus.
Em certas regiões do sul de Portugal, o termômetro chegou a marcar 41 graus e a temperatura deve continuar a subir segundo autoridades locais. O calor é a causa principal de uma série de incêndios florestais em seis dos 18 Estados portugueses: Aveiro, Beja, Guarda, Porto, Santarém e Viana do Castelo.
A Grã-Bretanha, onde a terça-feira (18/07) foi o dia mais quente do ano, registrou seu dia mais quente de todos os tempo quando o termômetro marcou 39 graus em certas regiões do país. Até então, o recorde era de 38,5 graus, registrado em Kent em agosto de 2003. Autoridades nacionais tiveram que jogar cascalho nas ruas e estradas para conter os efeitos do derretimento do asfalto e, em um Jardim Zoológico em Colchester, os leões foram alimentados com cubos de gelo temperados com sangue.
Segundo a principal federação de agricultores da Itália, o país está sofrendo uma das piores secas nos últimos 30 anos, sendo o norte e o centro as regiões mais afetadas. Nos lagos ao norte, o nível da água caiu a níveis históricos, dificultando a irrigação das lavouras.
(Deutsche Weelle, 20/07/2006)
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