Plano apresenta alternativas para o desenvolvimento sustentável do Nordeste
2006-07-21
Os investimentos na região Nordeste caíram de forma significativa tanto em decorrência da queda do investimento público, da qual a região sempre foi muito dependente, como do investimento privado.
A constatação faz parte do diagnóstico feito por técnicos do Ministério da Integração Nacional e da Agência de Desenvolvimento do Nordeste (Adene) para o Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (PDNE), apresentado ontem (20/7) durante o XI Encontro Regional de Economia – Fórum BNB de Desenvolvimento, em Fortaleza.
O diretor da Adene, Enildo Meira Junior, disse que apesar de avanços em alguns setores como o de serviços, “a economia nordestina vem perdendo posição relativa tanto no comércio internacional do país como nas trocas entre as regiões brasileiras caminhando em direção ao isolamento econômico”.
Os indicadores sociais também continuam piores do que as demais regiões do país embora o Nordeste tenha registrado uma das mais elevadas taxas de melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre 1970 e 1996 (103,3%), quando comparada aos índices das demais regiões, aponta o documento.
O Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável prevê algumas linhas de intervenção, como a ampliação e fortalecimento da estrutura produtiva existente, investindo na infra-estrutura e logística da região e na capacitação, e na inovação e difusão do conhecimento.
É preciso ainda, segundo estudo, apoiar o incremente do chamado capital social, ou seja, apoiar a organização da sociedade, o estímulo ao associativismo e o combate ao analfabetismo funcional, que na região alcançava, em 2002, 40,8% da população até 15 anos de idade, enquanto a média nacional era de 26%.
A proposta prevê ainda o fortalecimento da gestão ambiental incluindo a recuperação de áreas degradadas.
O PDNE aponta seis metas a serem atingidas pela região até 2025: a elevação do índice de escolaridade dos atuais cinco anos médios para dez anos médios; a redução da taxa de analfabetismo de 22,4% da população de sete anos ou mais para 8,4%; redução da mortalidade infantil de 37,7 óbitos por mil crianças para 11,6%; aumento do numero de domicílios com abastecimento de água de 72,1% para quase 100% (99,5%) e ampliação dos domicílios com esgotamento sanitário de 25,7% para 77,1%.
A proposta aponta ainda como estratégico projetos como a integração de bacias do Rio São Francisco, a construção da Ferrovia Transnordestina, a revitalização da Bacia do São Francisco, a duplicação da BR 101, a ampliação da Ferrovia Norte-Sul, modernização e ampliação dos portos, ampliação e integração da Rede de Gasodutos e a Hidrovia do São Francisco.
(Por Olga Bardawil, Agência Brasil, 20/07/2006)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/07/20/materia.2006-07-20.6112520576