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2006-07-21
O parque industrial químico de Xangai, um zona de processamento para alguns dos materiais mais tóxicos do mundo, é uma vitrine para a campanha da China para despoluir o solo, ar e água. O trabalho de Frederic Gourdin é manter isso como está.

A empresa de Gourdin, uma joint venture entra a francesa Suez Environment SA e a companhia local que administra o parque industrial, é responsável por assegurar que a água contaminada por produtos químicos descarregada pelas gigantescas fábricas ultramodernas da área não represente nenhuma ameaça ao ambiente.

"Nós continuamos nos desenvolvendo todos os dias, pois estamos sempre conseguindo novos clientes", disse Gourdin, gerente geral da Shanghai Chemical Industry Park Sino-French Water Development Co. "Nunca se sabe com que tipo de produtos químicos teremos que lidar".

Enquanto a China reforça os controles de poluição, depois de uma série de vazamentos químicos, o país está se voltando para os mercados estrangeiros que têm a tecnologia avançada necessária para ajudar a resolver os problemas cada vez mais complexos com o lixo industrial.

O parque industrial cerca de 50 quilômetros ao sudoeste do centro de Xangai, juntamente com a Baía de Hangzhou, é um exemplo das oportunidade potenciais oferecidas pelo fundo multibilionário da China para o controle da poluição.

Os esforços para lidar com a poluição industrial ganharam urgência depois que um vazamento proveniente da explosão de uma fábrica química, em novembro, na província de Jilin, contaminou o suprimento de água de milhões vivendo no nordeste da China e na vizinha Rússia.

A China fez um orçamento de US$ 162 bilhões para a proteção ambiental entre 2006 e 2010. Ao mesmo tempo, suas mais de 600 grandes cidades estão tentando lidar com o problema, até agora negligenciado, do tratamento de esgoto, e procurando maneiras de recuperar aqüíferos devastados e purificar rios e lagos contaminados.

A explosão econômica de 27 anos do país deixou suas águas seriamente poluídas por contaminantes químicos industriais e rurais, e esgoto doméstico. A zona rural está cheia de lixo e restos de construções, e as cidades, sufocadas pela poluição do ar.

Tendo falhado por muito tempo em aplicar suas próprias leis ambientais, falta à China know-how para limpar sua própria bagunça. Contratos para esse tipo de trabalho vão para empresas estrangeiras como a Suez, que possui um contrato de 50 anos para fornecer tratamento e suprimento de água para a zona industrial de Xangai.

Em outros lugares da China, os desafios são ainda maiores. A Administração Estatal de Proteção Ambiental reporta que 45% das fábricas do país representam grandes riscos ambientais. Uma análise de 7.555 fábricas do país descobriu que 81% estavam próximas demais de rios e lagos, ou em áreas densamente povoadas.

O mercado chinês de bens e serviços ambientais movimenta cerca de US$ 32 bilhões anualmente, de acordo com Escritório de Energia e Indústrias Ambientais do governo dos Estados Unidos. Destes, quase US$ 20 bilhões envolvem tratamento de água. O Banco Mundial e o Banco de Desenvolvimento da Ásia anunciaram novos empréstimos de quase US$ 750 milhões em novos projetos de limpeza, no mês passado.
(AP, 20/07/2006)
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