Reassentados em Canoas pedem melhores condições de higiene
2006-07-20
A s 41 famílias que faziam parte das invasões das áreas da imobiliária Gallina, Centersul, CEEE e que foram reassentadas pela Prefeitura de forma provisória no Loteamento Prata reclamam da falta dos serviços de luz, água e saneamento básico. Os moradores afirmam que o Executivo havia se comprometido a estruturar o local e até agora não executou qualquer melhoria. Eles estão instalados em um terreno de três mil metros quadrados na rua 1 do Prata, no bairro Fátima.
O motorista desempregado e líder da comunidade Moisés Silva da Rosa lembra que já se passaram mais de 20 dias e as famílias estão vivendo de forma precária, sem os serviços básicos. Ele comenta que os documentos necessários para a ligação de água e luz foram assinados. “Estamos esperando, mas se não conseguirmos teremos que tomar outras providências”, comenta.
Moisés garante ainda que a Prefeitura ficou de instalar banheiros, como alternativa para preservar o meio ambiente. O desempregado relata que os moradores estão contando com a ajuda dos vizinhos para tomar banho. “É um problema para todos e até um pouco constrangedor”, argumenta. No local estão 20 famílias da invasão da Imobiliária Gallina, 10 da área da CEEE e 11 da Centersul, que estão trabalhando na construção das casas. No local existem três ruelas e no total mais 200 pessoas devem permanecer no loteamento durante seis meses. Segundo Moisés ainda existe local para a construção de mais algumas casas.
PROBLEMAS - A cozinheira Celina Fagundes, 60 anos, comenta que o maior problema é a água da chuva, que fica empoçada em frente as casas. “Até madeira já tentamos conseguir para colocar pelo chão”, conta. A auxiliar de cozinha Romilda Lopes da Silva, 39 anos, diz que à noite o cuidado com as crianças deve ser maior, por causa dos insetos. “A falta de saneamento faz com que muitos mosquitos apareçam. Durante o dia o problema são as moscas”, revela.
Segundo o secretário municipal de Planejamento Urbano, Oscar Escher, o Executivo comprometeu-se a autorizar a ligação de água e luz, mas não tem responsabilidade sobre a instalação. “Tínhamos que viabilizar as autorizações, que já foram fornecidas”. O secretário argumenta que está sendo feito o levantamento dos gastos para a construção de uma fossa séptica coletiva. A iniciativa, seguindo ele, visa à preservação ambiental e oferecer melhores condições aos reassentados.“Não ficamos comprometidos em fazer banheiros. Até porque temos que usar com cuidados os recursos públicos”, justifica.
(Diário de Canoas, 20/07/2006)
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