Um pedido do vereador Jair Baruffi (PTB) à administração municipal semeou a polêmica entre os bento-gonçalvenses. Baruffi
quer que sejam retirados os pombos que vivem na Via del Vino, em frente ao prédio da prefeitura. As secretarias de
Administração e de Meio Ambiente concordam com o pedido. Entre as razões, estão o gasto com a manutenção do local e
possíveis danos à saúde pública.
Segundo o secretário de Administração, Valter Dalcin, a cada três meses são gastos R$ 9,28 mil na limpeza do prédio e da
calçada. Já o secretário do Meio Ambiente, Volnei Tesser, embasado no laudo da veterinária Analiz Zattera, responsável pelo
setor de zoonoses da Secretaria da Saúde, diz que os pombos transmitem doenças. A prefeitura afirma que técnicos estão
estudando o caso. Ainda não há data nem está definido como serão retiradas e para onde serão levadas as aves. A única
certeza é que elas não serão mortas.
Segundo o fiscal da Associação Riograndense de Proteção Animal (Arpa), Jorge Acco, a ação da prefeitura pode ser
caracterizada como crime ambiental, pois além de serem considerados animais exóticos, os pombos estão no perímetro
urbano e são patrimônio público.
- É necessário estudo e licenciamento para que sejam removidos - afirma.
Opiniões
O que diz o presidente da Associação Bento-gonçalvense de Proteção Ambiental (Abepam), Luiz Signor:
- Sou a favor da retirada dos pombos por gostar deles. No Centro, eles podem ser maltratados pelas pessoas. Fui criador e
nunca tive problemas com doenças, mas acho que eles podem transmitir algumas.
O que diz o representante da Associação de Proteção Animal de Bento Gonçalves (Apabg), Clóvis Rossetto:
- Não há interesse do poder público de se fazer um controle de natalidade como defendemos para os cães e gatos. Deve-se
ter um programa para não se pensar no assunto só quando temos um problema.
A situação em Caxias
Um morador da Rua Coronel Flores, no Centro, em Caxias do Sul, diz que vários animais foram mortos em 2005, mesmo sem
ninguém ter pedido providências à prefeitura, como no caso de Bento.
Acostumado a contar os animais pela janela de casa, ele diz que pelo menos 90 dos cerca de 100 animais que pousavam
perto da esquina com a Sinimbu apareceram mortos. Ele e os vizinhos desconfiam que a matança tenha sido causada por
envenenamento.
- Hoje mesmo, vi o zelador de um prédio alimentando os bichos, e um comerciante correndo atrás deles com um porrete -
conta.
Já na Praça Dante Alighieri, segundo freqüentadores, o número de animais se mantém. No início do ano, quando a prefeitura
plantou mudas no local, os pombos foram acusados de atacar as flores. No entanto, segundo o secretário de Meio Ambiente,
Ari Dallegrave, nenhuma ave foi morta. Para resolver o problema, afirma, o jardineiro da praça foi incumbido de espantar os
pombos dos canteiros.
- Não temos nada contra os pombos - garante Dallegrave.
(Por João Machado,
Pioneiro, 20/07/2006)