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2006-07-20
Grupos ambientalistas acusaram o Grupo das 8 nações industrializadas de não levar a sério os problemas relacionados com as mudanças climáticas e os perigos da energia nuclear. No encontro que aconteceu no final de semana passado, os líderes do G8 aprovaram uma declaração reconhecendo as diferenças de opinião entre as principais economias mundiais sobre a promoção da energia nuclear e a mitigação das mudanças climáticas.

Mas segundo a declaração, aqueles que defendem a energia nuclear (seis dos oito membros do G8) a vêem como essencial para a segurança energética, devido a crescente demanda global e como uma fonte de energia limpa, que pode ajudar a reduzir o aquecimento global. Os membros do G8 são: Estados Unidos, Rússia, Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão.

Segundo Tobias Muenchmeyer, um analista anti-nuclear do Greenpeace, reconhecer a diferença de idéias não muda o fato que a declaração é fortemente pró-nuclear. Ele disse que além da Alemanha e Itália, “Bush, Putin e o restante, estão comprometidos em expandir a tecnologia nuclear, a qual também fornece a opção das armas nucleares”. A grande controvérsia da energia nuclear está no perigo dos seus resíduos e na questão de armazenamento destes, além da vulnerabilidade das usinas nucleares a ataques terroristas e da proliferação das armas nucleares.

Mudanças Climáticas - Segundo Alice Slater, presidente do ‘GRACE Policy Institute’, agora temos que nos focar nas fontes renováveis de energia, principalmente solar, eólica e hídrica, as quais podem impedir que o clima continue mudando para a pior. “As pessoas não ficam sabendo que estas coisas são possíveis, que o sol, a água e o vento podem funcionar”, disse Slater à Reuters. Ela apontou como exemplo a Islândia, onde a meta é atingir 100% do suprimento energético proveniente de energia renovável até 2050. Os grupos ambientalistas querem que o G8 apóie unanimemente o Protocolo de Kyoto.

Como esperado, o G8 não apoiou o Protocolo. Ao contrário, o grupo declarou somente que “aqueles entre nós que se comprometeram em fazer do Protocolo de Kyoto um sucesso, lembram da importância relacionada com o mesmo”. Graham Saul, do Oil Change International disse que a declaração do G8 prevê um aumento em massa na demanda por combustíveis fósseis no próximo quarto de século. “O G8 não pode mitigar as mudanças climáticas e subsidiar uma expansão dos combustíveis fósseis ao mesmo tempo. Esta é uma total contradição, e uma falha dramática na liderança por parte do G8”, disse Saul.

O ponto de vista de Saul e de outros ambientalistas parece ter conseguido algum apoio do Presidente Francês Jacques Chirac, o qual pediu ao G8 para levar a sério a proteção do planeta. “Não podemos falar sobre segurança energética enquanto não há progresso sobre as mudanças climáticas. A humanidade está dançando na borda de um vulcão,” disse Chirac durante o encontro de St Petersburgo.
(Por Fernanda B Muller, Carbono Brasil, 19/07/2006)
http://www.ambientebrasil.com.br/rss/ler.php?id=25809

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