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2006-07-20
Pesquisadores reuniram-se ontem (19/07) à tarde para dar mais um passo na elaboração de uma agenda com políticas públicas de Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento da Amazônia. O documento será entregue aos candidatos às eleições presidenciais. Entre as recomendações, está a proposta de criação de um fundo de investimento científico na região da Amazônia Legal, que compreende, além dos estados da região Norte, parte do Mato Grosso e do Maranhão, que compõem o “arco do desmatamento”.

“Precisamos avançar mais depressa na Amazônia porque a destruição é tão rápida que não conseguimos acompanhar”, disse a diretora de pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Ima Célia Guimarães, durante o encontro aberto “Amazônia – avaliação dos documentos” da 58ª Reunião Anual da SBPC, em Florianópolis. A agenda está em elaboração desde o início do ano e já passou por duas reuniões em Belém e Manaus.

Atualmente existem 1.200 doutores desenvolvendo pesquisas na Amazônia. Segundo dados da SBPC, seriam necessários pelo menos 10 mil para dar conta do trabalho. A agenda prevê o aumento no número de bolsas de mestrado e doutorado na região, além de recomendar a elaboração de concursos para as universidades e centros de pesquisas localizados na Amazônia Legal.

Para chegar ao número ideal, a SBPC pretende utilizar recursos contingenciados (previstos em orçamento, mas sem prazo para liberação) do Ministério de Ciência e Tecnologia. De acordo com Maria Célia Costa, da diretoria da SBPC, o contingenciamento de verbas em março deste ano somava cerca de R$ 3 bilhões. A proposta é que R$ 2 bilhões desse dinheiro sejam destinados para a pesquisa na Amazônia em um prazo de dez anos, o que renderia cerca de R$ 20 milhões por mês para 15 universidades e dois centros de pesquisa.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) espera ampliar o número atual para 3.600 doutores até 2010. Segundo estudo elaborado pelos pró-reitores de pesquisa das Instituições Federais de Ensino, para atingir a meta seriam necessários R$ 400 milhões.

“É preciso desenvolver uma política de Estado, e não de governo, para a Amazônia”, disse o reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Alex Fiúza de Melo, na mesa redonda “Amazônia, desafio nacional” realizada na manhã de ontem. “O problema da Amazônia não é de origem científica, mas política. Em toda a história da humanidade não há desenvolvimento sem recursos naturais disponíveis e conhecimento humano aplicado. O Japão, por exemplo, não tem quase nada de recursos naturais, mas tem capacidade técnica em abundância. Por outro lado, a Amazônia é uma das regiões mais ricas do mundo e não tem conhecimento científico à altura desses recursos”, justifica Melo.

Ele defende que seja criada uma “geração florestal moderna” para provar que a floresta em pé é mais valiosa economicamente do que desmatada ou queimada. “A Amazônia precisa render mais para o país, deixar de ser um problema para a imagem brasileira na comunidade internacional e ser encarada como uma solução. Não pode ser tratada ora como santuário intocável, ora como almoxarifado do país, de onde apenas se retiram recursos. Não se defende a Amazônia com exército, mas com conhecimento”, argumenta.

Melo chama a atenção para a especulação internacional na floresta. Segundo ele, a indústria de fármacos dos Estados Unidos estima que a Amazônia seja fonte potencial para um mercado de US$ 600 bilhões em remédios. Para o reitor da UFPA, o Brasil precisa de um projeto político para aproveitar essa riqueza dentro do território nacional. “O século 21 será o nosso tribunal. Ou o Brasil assume a Amazônia, ou os outros países vão incorporá-la”, sentenciou.
(Por Francis França, 20/07/2006)

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