Onças atacam em áreas urbanas do Mato Grosso
2006-07-20
Equipes da Polícia Militar Ambiental de Corumbá prosseguem nas buscas
para a captura de onças-pintadas. Terça-feira (18/07) pela manhã, o
grupo que mantinha vigilância na entrada da gruta usada como
esconderijo das onças manteve contato visual com um dos animais,
segundo informou o comandante da PMA em Corumbá, Joilson Sant´Ana.
O oficial, que também viu o felino, disse que o animal é maior que a
onça fêmea morta no último domingo, após ter atacado policiais
ambientais que tentavam capturá-la. O comandante informou que a
onça-pintada saiu durante a noite do esconderijo e pegou a carne que
havia sido deixada na gaiola para atraí-la.
Como a entrada da gruta está fechada com redes e tarrafas, o animal
usou outro caminho para deixar o esconderijo. "Ela andou pelo local,
moradores a viram durante a noite, há inclusive pegadas", afirmou o
major da PMA.
A operação para captura de duas onças-pintadas (supostamente um macho
e um filhote) que estão soltas na região do Forte Junqueira, área
urbana da cidade, prossegue. As armadilhas foram montadas para
prendê-las com vida, caso tentem pegar os alimentos colocados como
isca. A expectativa é que a captura aconteça logo.
A onça-pintada morta no domingo atacou e matou dois cães da casa que
fica próxima ao esconderijo dos felinos, segundo os moradores da
localidade.
Áreas urbanas
O ataque de uma onça-pintada fêmea à equipe da Polícia Militar
Ambiental (PMA) no domingo, 16, levou a Corumbá um médico veterinário
enviado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), de Campo Grande, e um oficial do comando da PMA
estadual. O animal acabou morto a tiros pela guarnição que tentava
capturá-lo.
Equipados com zarabatanas de ar comprimido, dardos soníferos e
armadilhas, eles chegaram na tarde de segunda-feira, para auxiliar a
captura das duas onças-pintadas (um macho e um filhote) que ainda
estariam soltas na região do Forte Junqueira, área urbana corumbaense.
Relatos dos moradores da Rua 28 de Setembro dão conta de que o animal
morto atacou e matou dois cães da casa que fica próxima à pequena
gruta usada como esconderijo pela família de felinos. O dono do
imóvel, Silvano Pedro da Silva, 29, disse que antes de avistar a onça,
ouviu barulhos no quintal. "Saí com facas no quintal, mas não vi
nada", afirmou.
Ele contou que chamou o cunhado para verificar com ele a origem dos
barulhos. "Fomos para dentro do mato e levamos a cadela e uma
lanterna. O cachorro foi na frente e de repente voltou correndo, logo
depois veio meu cunhado correndo e gritando corre, corre que é onça.
Não acreditei no começo, mas corri assim mesmo. Depois que foquei a
lanterna deu pra ver o bicho, pensei que fosse um cachorro grandão, um
lobo, mas iluminei bem e vi que era mesmo uma onça", lembrou.
Laudir de Souza, 55, vizinho de Silvano, que também viu o animal,
disse que há pelo menos outras duas onças escondidas e que a
preocupação agora é com as crianças que residem nas redondezas. "Se a
pessoa tiver coragem não vai assustar, mas o problema é com as
crianças. Aqui tem muita família, bastante gente e o perigoso é a
criançada, porque a gente sabe o perigo e entende, elas não ficam,
brincando por aí", observou.
O veterinário Ivens Domingos afirmou que serão montadas armadilhas nas
proximidades do esconderijo dos animais e pelo quintal da casa de
Silvano. "A idéia é que depois de caírem nas armadilhas elas serão
anestesiadas e levadas para local adequado". Ele ainda fará uma
necropsia no felino morto.
Domingos explicou que onde as onças-pintadas estão escondidas é uma
área que fica próxima ao Rio Paraguai e elas podem ter se deslocado
até lá em função da cheia do rio. A gruta onde os dois felinos
estariam foi fechada com redes e tarrafas.
Comandante da PMA local, major Joilson Sant´Ana, adiantou que uma vez
capturados eles serão soltos em ambiente natural. Ele salientou que
estariam na região em busca de alimento e local seco. A onça morta
estava debilitada, afirmou o comandante, que mantém uma equipe de
patrulha permanente na área. Os policiais que foram atacados não
sofreram ferimentos, conseguiram atirar antes de ser atingidos pelo
animal que, baleado, caiu cerca de dois metros à frente deles. O
tenente Caetano dos Santos, do Comando da PMA, acompanha as ações.
(Por Marcelo Fernandes, Correio do Estado, 19/07/2006)
http://www.correiodoestado.com.br/exibir.asp?chave=133871,1,5,19-07-2006