População exige solução para impactos de usinas Barra Grande e Machadinho
2006-07-20
A população afetada pelas usinas hidrelétricas de Barra Grande e Machadinho, no Estado do Rio Grande do Sul, ainda aguarda a solução dos problemas causados pela construção das obras. Diante dessa situação, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) organizou uma audiência pública, hoje, 19 de julho, no município de Vacaria, para que a população atingida apresentasse todos os problemas existentes e exigisse a solução imediata. Além das famílias atingidas pelas barragens de Barra Grande e Machadinho, participaram também os atingidos pelas obras de Ita, Campos Novos e Foz do Chapecó.
Segundo o MAB, a construção de usinas hidrelétricas no Brasil tem, historicamente, causado inúmeros problemas sociais e ambientais a toda a população. As grandes multinacionais (Alcoa, Bradecso, Votorantim, Camargo Correia), donas das barragens, lucram bilhões de reais com a sua construção.Os problemas sociais e ambientais nunca são resolvidos. Esta é a situação de todas as obras no Brasil. E, no caso de Barra Grande e Machadinho, não é diferente.
Na audiência pública, que contou com a participação do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), além da pauta especifica de luta das famílias atingidas por barragens, a audiência foi um espaço de discussão e apresentação de propostas sobre outros problemas que afetam a sociedade em geral, como o preço da energia elétrica e a construção da universidade federal.
O Brasil tem a quinta maior tarifa de energia elétrica do mundo. E nos últimos 10 anos o aumento foi de mais de 400%, índice muito acima da inflação do período. O custo da energia para as famílias gira em torno de 50 centavos o kilowatt, enquanto as grandes empresas não pagam mais do que 10 centavos o kilowatt.
O MAB lidera a luta em relação preço da energia, há algum tempo, e agora já tem uma decisão judicial que garante a tarifa básica para todas as famílias que consumiram até 200 kilowatts por mês nos últimos 12 meses. Outra proposta é que as famílias que consomem até 100 kilowatt/mês não paguem a conta de energia, o que já é lei no Estado do Paraná.
A questão da construção da Universidade Federal do Sul do Brasil também é uma bandeira de luta do MAB e agora existe o compromisso formal do governo federal em dar passos para a efetivação desta instituição, que, além de atender ao norte gaúcho, deve se estender para o oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná.
(Adital, 19/07/2006)
http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=23554