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2006-07-20
Um documento sigiloso da Polícia Federal enumera os principais empresários peruanos responsáveis pela exploração ilegal de madeira em terras indígenas e outras áreas protegidas do lado brasileiro. A informação vazou para a imprensa durante uma reunião entre representantes da Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico-Sustentável (Seplands), empresários brasileiros e peruanos e o governo do Distrito de Ucayali, no Peru.

O secretário acreano Gilberto Siqueira alertou ao presidente do Departamento de Ucayali, Edwin Vasquez, que a PF obteve o perfil dos criminosos após vários meses de investigações no local e de depoimentos de traficantes de madeira, peruanos e brasileiros. Cópias do relatório foram enviadas ao Ministério da Justiça, que, numa parceria do Itamaraty, começou a tomar as providências necessárias para penalizar os empresários.

Além de exigir ações repressivas e ordens de prisão contra os criminosos, o governo brasileiro pedirá uma integração da PF com a Interpol para permitir uma varredura contra o tráfico de madeira na fronteira oeste do Acre. "Esta foi a saída que encontramos, já que para chegarmos aos maiores criminosos seria necessário um intercâmbio internacional entre os dois países", confirmou o delegado-chefe da PF em Cruzeiro do Sul, Daniel França.

Além de conter os nomes e o grau de responsabilidade de cada empresário no tráfico ilegal de madeiras nobres, o relatório também cita a existência trabalho escravo. Os empresários teriam lucros astronômicos, já que a madeira é beneficiada e exportada para centros econômicos mundiais, como Japão, China e Europa.

Além de catalogar os criminosos e criar meios para reprimir o tráfico, o governo acreano também realizou neste fim de semana a Reunião Técnica pela Conservação da Biodiversidade Fronteiriça. O governo esclareceu aos empresários as ações repressoras e reiterou suas condições para que aconteça a acalentada integração com os países andinos.

Prejuízo de 18 milhões de dólares
Nos últimos três anos, a invasão ordenada por madeireiros peruanos na faixa de fronteira com o Brasil provocou prejuízos estimados em US$ 18 milhões. Sessenta e seis estrangeiros e 18 brasileiros foram presos em operações conjuntas entre Ibama e PF, dos quais metade continua aguardando julgamento por extração ilegal de madeira e furto. A quantidade de mogno e cedro apreendidos - 7 mil metros cúbicos - equivale a quatrocentas carretas carregadas.

Nesse período, cerca de 70 acampamentos foram destruídos e centenas de equipamentos apreendidos na região do Parque Nacional da Serra do Divisor, do lado brasileiro. Os números impressionam, mas não significam exatamente uma vitória dos órgãos ambientais e da polícia contra os criminosos. Os presos geralmente são trabalhadores muito pobres, recrutados pelo tráfico.

"Eles se alimentam de farinha e alguma caça. Trabalham sem equipamentos de segurança e ganham o equivalente a 3 reais ao dia", informa o chefe do Ibama em Cruzeiro do Sul, Márcio da Silva.

Uma das alternativas para a geração de emprego e renda, melhorando as condições de escoamento rural em Cruzeiro do Sul e Ucayali é a construção de uma estrada. A rodovia teria 150 quilômetros.

Na reunião desta semana, o governo acreano se comprometeu em ajudar na construção. Os empresários, por sua vez, prometeram criar condições para combater os conflitos no lado peruano, com garantias de que as áreas de proteção ambiental e as reservas indígenas ao longo da rodovia não seriam saqueadas ou invadidas. Os índios axanincas são os que mais sofrem com invasão de terras e roubo de madeira.
(A Tribuna, 19/07/2006)
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