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2006-07-19
A compensação ambiental pelo corte de 372 árvores para a construção de dois prédios residenciais no bairro Rio Branco, em Porto Alegre, ainda não foi cumprida, um ano depois de ter sido acertada entre moradores, Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) e Rossi Residencial, que é a construtora responsável.

Em maio de 2005, os vizinhos de um pequeno bosque em frente ao Colégio Americano foram supreendidos pelo trabalho de retroescavadeiras e moto-serras. Foi quando descobriram que o terreno de 7 mil metros quadrados, localizado entre as ruas Dona Leonor e Professor Álvaro Alvim, seria ocupado por duas torres.

Na época, a contrapartida prevista pela Smam era a reforma de uma praça no Santana, no valor de R$ 44 mil, medida que substituiria o plantio de 1.136 mudas, definido num primeiro momento. Os moradores consideram a medida irrisória em função do impacto na região e pelo fato de a compensação acontecer em outro bairro. Com isso, em 4 de julho de 2005, houve uma audiência para debater o assunto. O encontrou reuniu a vizinhança, a Smam e a construtora. Ficou acertado que, além da praça no bairro Santana, a Rossi reformaria outra área verde, em frente ao IPA, que fica no Rio Branco, e plantaria mudas de plantas nativas pelas vias do bairro – a Smam ficou de fazer um levantamento para a esolha de pontos na região.

Um ano depois, os moradores continuam insatisfeitos. Até o momento, a única compensação ambiental foi na praça Major Joaquim Queiroz, na rua Jerônimo de Ornelas, bairro Santana, que recebeu melhorias como pavimentação de concreto na quadra de esportes, tela no entorno na cancha. Tudo ao custo de R$ 44 mil. Ou seja, foi feita apenas a reforma acertada antes da audiência com os moradores.

Questionada sobre o caso, a Smam informou, através de sua assessoria de imprensa, que liberou a construtora de arrumar a praça em frente ao IPA porque “o alto valor investido no bairro Santana já cumpre o acordo realizado”. Sobre o plantio de mudas, a resposta é que ainda não pode ser feito porque as calçadas no entorno do empreendimento ainda não são definitivas.

O Jornal JÁ também contatou a Rossi, que se comprometeu a realizar a reforma na praça em frente ao IPA nos próximos três meses. “Sempre cumprimos com nossos compromissos”, garante o gerente de Cooperação da empresa, Gustavo Kosnitzer. Ele acrescenta que a empresa tem o interesse em adotar as praças. “Os trâmites legais estão sendo encaminhados para a Smam”.

Empreendimento

O empreendimento “Bosque Rio Branco” consiste em duas torres – de 15 e 13 andares – numa área construída que totaliza 25.800m². A estrutura de concreto armado dos prédios será concluída ainda em julho. Nos primeiros andares já foram iniciados os serviços de eletricidade e a colocação de colunas hidrossanitárias e reboco interno nas paredes. A primeira torre está com 25% dos apartamentos vendidos e a segunda, com 50%. A previsão de entrega das reservas é para dezembro de 2007.

Um dos moradores mais envolvidos nas negociações sobre a compensação ambiental pela construção dos edifícios na Dona Leonor com Álvaro Alvim é o professor Antônio Falcetta. Vizinho do empreendimento, ele conta que a área servia de habitat para falcões, lagartos e diversos pássaros. Segundo ele, os animais se afastaram. “Sobrou apenas um canto de mata na entrada do condomínio, uma manchinha verde. O bosque não existe mais”. Ironicamente, o nome do condomínio erguido pela Rossi é “Bosque Rio Branco”.

“Já sabíamos que as propostas de contrapartida não estavam à altura da destruição. O pior é que ainda não vi nenhuma compensação ambiental no meu bairro”. Falcetta também está irritado com as obras, que causam transtornos diários e com a altura dos prédios, que lhe tiram o sol da manhã. “Diminuiu a nossa qualidade de vida”, lamenta. Ele lembra que a propaganda do condomínio consistia em morar no meio da natureza. “O CD promocional tinha canto de pássaros. Mas desde que cortaram as árvores não ouvi mais a natureza”.

O morador do bairro Rio Branco, Bruno Fabrício Cruz, é outro que está preocupado com a compensação ambiental. “Quero saber quem é o responsável para poder cobrar”, diz ele.
(Com reportagem de Carla Ruas, Jornal Já, 18/07/2006)

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