A produção brasileira de celulose deverá crescer 6,3% este ano para 11
milhões de toneladas, puxada principalmente pela demanda internacional,
segundo o novo presidente do Conselho Deliberativo da Associação
Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Horácio Lafer Piva. Já a
produção de papel deve subir 1,8% para 8,8 milhões de toneladas.
A exportação do setor deverá crescer 14% este ano, para US$ 3,9 bilhões.
Piva, da Klabin, e ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo (Fiesp) assumiu a presidência da entidade ontem e entre os
desafios que tem pela frente está a mudança de postura do setor quanto a
comunicação, com o objetivo de esclarecer a população quanto a
sustentabilidade do negócio. Piva disse que as invasões de terra e as
críticas quanto a agressão ao meio ambiente prejudicam os negócios das
empresas inclusive no mercado externo, já que muitas empresas estão na
bolsa de Nova York.
O setor tem um programa de investimentos de US$ 14,4 bilhões no período
de 2003 a 2014, boa parte para ampliar produção de celulose, produto no
qual o País tem se destacado por seu custo competitivo. A indústria de
papel e celulose trabalha hoje em um cenário positivo, com crescimento
das encomendas externas, principalmente em função do fechamento de
unidades de produção nos EUA que não têm competitividade, e também
interno, com aumento da demanda por papéis. O consumo no Brasil ainda é
baixo. São 39,5 quilos por habitante/ano para a média mundial de 56,5
quilos.
(Por Rita Karam,
Gazeta Mercantil, 19/07/2006)