A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) também vai entrar no processo de produção e capacitação de pequenos agricultores em biodiesel nas regiões que abrangem Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Piauí, Maranhão, Goiás e uma faixa do Distrito Federal.

Segundo o presidente da Codevasf, Luiz Carlos Everton de Faria, os produtores serão incentivados a aumentem a produção de óleo, para venderem por um preço competitivo.

“Nosso papel é de estruturar essa cadeia produtiva. Temos dezenas de produtores rurais que não têm acesso aos perímetros irrigados, e temos áreas disponíveis, sol, tecnologia, pessoal capacitado”, disse.

Faria explicou que a Codevasf vai fazer uma parceria para que a Petrobras compre a produção dos pequenos agricultores. “Vamos apoiar a Petrobras na instalação de duas plataformas no norte de Minas Gerais, em Montes Claros, e outra em Candeia, perto de Salvador. Alguns pequenos agricultores já estão sendo organizados na região dos vales com a instalação de viveiros das diversas oleaginosas de pinhão-manso, da mamona e de dendê irrigado. Isso para contribuir na organização e capacitação para produção de biodiesel”, disse.

Para o consultor internacional em biodiesel, Nedo Zecca, a produção de bioenergia no Vale do Parnaíba e grande parte do Vale do Rio são Francisco pode ajudar no desenvolvimento das regiões. “Temos a possibilidade de criação de pontos energéticos alto suficientes a partir de culturas de bioenergia. Vamos aproveitar as terras degradadas plantando uma espécie chamada de pinhão-manso que é uma planta resistente natural dessa região”.

Segundo Zecca, assim como o projeto de produção de álcool teve dificuldades na implantação, também o biodiesel tem apresentado dificuldades. “As pessoas ainda não se deram conta de que estamos vivendo uma revolução de energia em que muda o conceito de energia fóssil para energia de biomassa. As grandes estruturas do passado vão deixar de ter importância. Cada pedaço de terra é um pequeno poço de petróleo gerador de energia”, afirmou.

Ele disse ainda que o mais importante nesse processo de produção de biodiesel é que o governo mantenha os estoques reguladores com a continuidade do fornecimento da matéria prima e do produto final para que não haja quebra da cadeia. “O país precisa dar segurança, preços mínimos, transporte e infra-estrutura aos agricultores. A resposta do campo é muito grande, o trabalhador brasileiro tem muita disponibilidade. É ele que tem garantido o superávit na nossa balança comercial”.
(Por Milena Assis, Agência Brasil, 18/07/2006)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/07/18/materia.2006-07-18.0573833518