Os problemas socioeconômicos e ambientais da Bacia do Rio Taquari são
destaques da mais nova publicação da Embrapa Pantanal (Corumbá- MS),
unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa,
vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA).
O livro, intitulado "Impactos Ambientais e Socioeconômicos na Bacia do
Rio Taquari - Pantanal", foi editado pelos pesquisadores Sérgio
Galdino e Luiz Marques Vieira e pelo especialista em Geoprocessamento
Luiz Alberto Pellegrin. A obra contém grande parte das informações
produzidas até o momento sobre os problemas que cercam a Bacia do Rio
Taquari, cujo assoreamento é conhecido nacionalmente como um dos mais
graves desastres ecológicos já registrados no país.
A distribuição está sendo feita gratuitamente pela Embrapa Pantanal a
diversas autoridades, instituições de ensino e pesquisa do país. Para
facilitar o acesso à publicação, a instituição também está
disponibilizando a versão eletrônica no site da Unidade
(http://www.cpap.embrapa.br).
O pesquisador Sérgio Galdino explica que a viabilização dessa obra foi
possível graças ao apoio do Projeto de Implantação de Práticas de
Gerenciamento Integrado de Bacia Hidrográfica para o Pantanal e Alto
Paraguai (ANA/GEF/PNUMA/OEA). O Projeto GEF Pantanal/Alto Paraguai,
também contribuiu com um vídeo sobre a problemática do Rio Taquari,
intitulado "Taquari: um rio em agonia" - em formato de CD-Rom que
acompanha o livro.
Os 22 capítulos do livro contaram com a participação de pesquisadores,
professores e técnicos da Embrapa Pantanal, Embrapa Informática
Agropecuária (Campinas-SP), Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS) e
de instituições de pesquisa e universidades, como Inpe, IPH/UFRGS,
Unesp, IRD/CNEN, USP/São Carlos, FEC/Unicamp, Ibama e Policia Militar
Ambiental de Mato Grosso do Sul.
A Problemática do Taquari
Com a expansão desordenada da agropecuária, a partir da década de 70,
os processos erosivos na porção alta da Bacia do Rio Taquari foram
intensificados, provocando o assoreamento do rio na planície
pantaneira. Em decorrência do assoreamento, extensas áreas do Pantanal
passaram a ficar permanentemente inundadas, causando graves impactos
ambientais e socioeconômicos na região.
Sobre o livro
"Impactos Ambientais e Socioeconômicos na Bacia do Rio Taquari -
Pantanal" aborda diferentes aspectos relacionados à problemática da
Bacia do Taquari. Após uma introdução breve das características da
bacia e seus problemas, são resgatadas informações do Plano de
Conservação da Bacia do Alto Paraguai - PCBAP, específicas para a
Bacia do Rio Taquari. Posteriormente, são abordados temas sobre a
fragilidade natural à erosão das terras altas da bacia, e sobre como a
expansão da agropecuária no planalto a partir de meados da década de
70, aumentou os processos erosivos nessas terras e conseqüentemente a
taxa de assoreamento do Rio Taquari no Pantanal.
Outra ameaça da agropecuária para o Pantanal são os resíduos de
pesticidas. As causas da queda da produção pesqueira, que constitui
importante atividade socioeconômica da bacia, são amplamente discutidas
nesta obra. A piscicultura na Bacia do Alto Taquari, apesar de pouco
expressiva, pode constituir-se como uma alternativa de redução dos
impactos sobre os estoques pesqueiros da bacia. As delimitações das
áreas, sujeitas à inundação, e que atualmente encontram-se
permanentemente inundadas, na planície do baixo Taquari, são
fundamentais para a análise da extensão do problema. Os impactos do
assoreamento do Rio Taquari são avaliados quanto às alterações na
qualidade da água, às mudanças no regime hidrológico, às alterações
florísticas e fitofisionômicas, e em relação à sócio-economia, com
ênfase às populações tradicionais.
Galdino ressalta que a obra não se restringe a um amplo diagnóstico
dos problemas ambientais e socioeconômicos da Bacia do Rio Taquari, mas
também apresenta recomendações para minimizar estes problemas.
Essa publicação destina-se aos gestores municipais, estaduais e
federal, instituições de pesquisa e de ensino superior, produtores
rurais da região, ONGs, ou seja, à sociedade em geral que está
comprometida com o desenvolvimento sustentável do Pantanal.
(
Embrapa, 18/07/2006)