Bagé inaugura Usina de Reciclagem
2006-07-19
Foi inauguração da Usina de Triagem e Separação de Resíduos Sólidos. A
iniciativa vai beneficiar 40 catadores que trabalhavam no antigo
aterro sanitário. Bagé é um dos poucos municípios a contar com uma
unidade desse porte. Uma das que empunhou essa bandeira foi a
integrante do Ecoarte, Elvira do Nascimento (Mercinha). Ela lembrou
que no início o grupo visitou Santana do Livramento para conhecer a
unidade daquela cidade, além de escolas e câmara de vereadores.
Mercinha reconhece que quem deu o ponta-pé inicial para que a obra se
concretizasse de fato foi a então secretária municipal de Planejamento
Estefanía Damboriarena.
A nova usina foi construída em uma área de 650 metros quadrados. A
obra começou em 2002, com um investimento total de R$ 316 mil, desses
recursos, cabem ao Estado R$ 140 mil, dos quais foram repassados R$ 70
mil.
Durante a cerimônia de inauguração, o secretário municipal de
Atividades Urbanas, Luis Eduardo Colombo, lembrou que o processo de
instalação da usina começou na gestão do prefeito Luis Kalil.
Assim como Mercinha o secretário enfatizou o trabalho de Estefanía que
apresentou, a partir de edital lançado pela Fundação Nacional de Meio
Ambiente (Funama), projeto que visava a recuperação da área degradada
pelo lixo, a viabilização do aterro sanitário e uma política de resgate
da dignidade dos catadores. O projeto obteve a quinta colocação em
todo o país, o que acarretou na liberação de R$ 500 mil como premiação,
para execução da obra do aterro sanitário e recuperação da área
degradada.
O secretário das Obras Públicas do governo do Estado, Waldir Schmidt,
afirmou que Bagé é um dos poucos municípios a conseguir implantar um
projeto de destinação do lixo e credenciou esse descuido por parte das
outras cidades a uma falta de interesse dos governos em aplicar verbas
em “obras enterradas ou envolvendo lixo”, deixando de lado as questões
ambientais.
O prefeito Luiz Fernando Mainardi, disse que Bagé conquista nos seus
195 anos, a solução para o que considera um dos principais problemas
ambientais dos municípios brasileiros. Ele afirma que a consolidação
da usina aconteceu com os esforços de todos os governos, “a questão da
destinação e tratamento do lixo dura 195 anos, e encerra hoje, com o
esforço conjugado do governo municipal, estadual e federal para
equacionar o problema”, disse o prefeito.
No seu pronunciamento, lembrou do trabalho do vereador Rubem Salazar,
que atuou na mobilização da comunidade para colocar a obra como
prioridade no Orçamento Participativo, do governo do Estado e na
atuação do vereador Alencar Dal Molin, no convencimento junto ao
governo do Estado para a liberação dos recursos destinados à obra.
Geração de emprego e renda
Para o representante da Associação de Recicladores “Rainha da
Fronteira”, Cristiano Ferreira Bicca, a usina reflete uma luta da
comunidade, onde os catadores de lixo terão dignidade para trabalhar.
De acordo com outro catador, Leonardo Rodrigues da Silva, a usina
trará a possibilidade de efetuar um trabalho com qualidade, tendo
vista que as instalações físicas propiciam agilidade, e estão adequadas
a atividade. “Trabalhávamos a céu aberto, muitas vezes, dentro do
lixão. Agora teremos a oportunidade de um espaço físico adequado”,
explicou o catador.
(O Minuano, 18/07/2006)
http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=6853