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2006-07-19
Uma cidade sul-africana e uma alemã trabalham em conjunto em projeto-piloto que visa a otimizar a utilização da energia e assim promover desenvolvimento sustentável nas megacidades. Cientistas e funcionários públicos de Joanesburgo e Stuttgart trabalham em conjunto no projeto-piloto Economizar Energia nas Megacidades, do Ministério alemão de Ciência e Pesquisa, cujo segundo encontro terminou neste sábado (15/07). O objetivo principal é usar a questão energética como motor para o desenvolvimento sustentável dentro de áreas urbanas.

As previsões apontam que, em futuro próximo, metade da humanidade morará em cidades com mais de cinco milhões de habitantes. Em 1955, só existiam 11 delas. Hoje, o número chega a 50 grandes áreas urbanas, estando quatro localizadas na África, a exemplo de Joanesburgo, que tem dois milhões e meio de habitantes a mais que a Grande Stuttgart, uma das regiões mais populosas da Alemanha.

Expansão urbana e aumento da demanda energética
"Joanesburgo é o coração econômico da África do Sul e tem 11 milhões de moradores, o que é quase 25% do número de habitantes do país inteiro", diz Chris Cooper, diretor do Instituto de Estudos Energéticos da Universidade de Joanesburgo. Cerca de 65% da demanda energética da cidade é suprida com a queima de carvão, nociva ao meio ambiente.

A expansão das cidades aumenta a necessidade de energia, uma vez que as áreas agriculturáveis vão se afastando do centro consumidor e os produtos precisam ser transportados por distâncias cada vez maiores. "Dentro de 50 anos, isso pode se tornar um problema sério, a não ser que optemos por um sistema de transporte mais eficiente", aponta Cooper.

Pequenas medidas, grandes resultados
O sistema de transporte de Stuttgart está entre os melhores do mundo. Mesmo assim, a cidade sofre com as partículas de poluição no ar e com o desaparecimento das zonas de agricultura em seus arredores. Na Alemanha, os cientistas africanos visitaram a central de transporte, a usina de biomassa e uma localidade onde o lixo é separado. Ponto alto foi a visita a novas construções com formas modernas de alimentação energética.

Jürgen Görres, engenheiro do Departamento de Proteção do Meio Ambiente de Stuttgart, calcula que medidas como o isolamento dos telhados das escolas poupam cinco vezes mais energia do que custam. As dívidas acabam sendo amortizadas, mais cedo ou mais tarde. Um modelo de computador da distribuidora de energia EnBW mostra que o uso energético sustentável só é possível levando-se em consideração todo o sistema de abastecimento da cidade – com gás, água, energia e transporte – e o deslocamento de zonas industriais.

"Na questão da construção civil, pequenas medidas costumam ser as mais eficientes. Construir, no sul, um prédio voltado para o norte pode diminuir consideravelmente a demanda de energia, pelo maior uso da luz solar. Na África do Sul, onde moram muitas pessoas carentes, essas medidas têm ainda mais importância. Para as classes mais pobres, é importante conseguir economizar com o mínimo possível", diz Ulrich Fahl, do Instituto de Economia Energética e Uso Racional da Universidade de Stuttgart.
(Deutsche Welle, 18/07/2006)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,2099627,00.html?maca=bra-rss-br-ale-1155-rdf

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