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2006-07-19
Um estudo elaborado pela Universidade de Manchester a pedido da Comissão Européia indica que a abertura do mercado agrícola da União Européia (UE), como se prevê no acordo de livre associação que o bloco negocia com o Mercosul, poderia causar uma série de danos ambientais nos países sul-americanos. De acordo com o relatório preliminar, apresentado nesta terça-feira (18/07) em Bruxelas, a liberalização do comércio agrícola estimularia o Mercosul a aumentar o volume de produção de determinados artigos, como trigo, frango, carne e açúcar, um fator que teria “importantes conseqüências ambientais”.

“No caso da produção de carne, isso poderia levar à conversão de solos nativos, devido à necessidade de criar maiores áreas de pasto e forragem para ter mais comida para os animais, e pode incluir a necessidade de fertilizantes e pesticidas. Nos pastos naturais, os maiores impactos seriam a alteração da vegetação nativa e impactos associados nos animais selvagens”, diz o texto. “Regiões ricas em biodiversidade, como florestas tropicais e mangues, podem ser limpadas e dedicadas ao cultivo de cana-de-açúcar, trigo e maçã”, o que teria “efeitos negativos” sobre o funcionamento do ecossistema local.

Agrotóxicos
O estudo também alerta que o aumento do uso de agrotóxicos, necessário para uma maior produção, ampliaria o risco de contaminação de fontes de água e poderia ser responsável por erosões causadas por um desequilíbrio na formação de plantas e do solo. Os especialistas afirmam que o impulso gerado pela abertura do comércio agrícola seria de grande importância para a coesão social no Mercosul, onde a população rural representa entre 8% (Uruguai) e 44% (Paraguai) do total de habitantes (17% no Brasil e 10% na Argentina).

Entretanto, “a liberalização tende a beneficiar principalmente a agricultura moderna e, assim, reforçaria as desigualdades e aumentaria a pobreza nas áreas rurais”. “Com a redução das barreiras tarifárias no mercado europeu, pequenos produtores podem abandonar o suas produções tradicionais para cultivar produtos dedicados à exportação. Eles poderiam se tornar dependentes dos preços do mercado internacional e mais vulneráveis”, afirma o relatório preliminar.

Artimanha política
Segundo uma fonte diplomática brasileira, o estudo apresentado pela UE “parece uma idéia louvável, mas no fundo se presta para artimanhas políticas”. “Afirmar que a abertura do mercado agrícola vai gerar desemprego é um absurdo. Você pode encontrar casos isolados, mas se ver os dados gerais o quadro atualmente é outro, tanto no Brasil como na Argentina. O setor agrícola brasileiro é um dos poucos do mundo que tem gerado emprego”, afirmou a fonte.

Apesar de menos de 10% da população total da UE se dedicar à agricultura, o setor reúne em média 21% dos empregos existentes nos novos e nos futuros Estados membros, que sofreriam com a concorrência sul-americana. O setor agropecuário é o principal exportador do Mercosul para a UE. No ano passado, só o Brasil lucrou US$ 11 bilhões com esse comércio. Atualmente o mercado europeu está aberto para produtos tropicais, mas o acesso para artigos também produzidos na UE – como açúcar, carne bovina e pera – é restringido e submetido a tarifas alfandegárias consideradas altas pelos sul-americanos.

O estudo da Universidade de Manchester foi pedido pela UE para avaliar os possíveis impactos social, econômico e ambiental que causaria a implementação do acordo de livre associação com o Mercosul, mas não tem peso determinante nas negociações. Um segundo relatório, mais detalhado, será apresentado em novembro e a conclusão deverá estar pronta em março de 2007.
(Por Márcia Bizzotto, BBC, 18/07/2006)
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/07/060718_mercosul_bizzotto.shtml

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