China destinará US$ 175 bilhões ao controle da poluição da água e do ar
2006-07-18
A China investirá US$ 175 bilhões em projetos de proteção ambiental durante o período do 11º Plano Qüinqüenal (2006-2010), informou hoje (18/07) a estatal "Rádio Internacional da China". A soma, equivalente a 1,5% do PIB chinês é citada em um relatório da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento (NDRC, equivalente ao Ministério de Desenvolvimento), será utilizada em setores-chave como o controle da poluição de água, em um país que reconhece que a metade de seus rios e lagos estão poluídos.
Também se investirá na melhoria da qualidade do ar nas cidades (20 das 30 cidades do mundo com mais poluição atmosférica são chinesas), métodos de tratamento de resíduos sólidos e projetos para frear a erosão do solo. O subdiretor do departamento do meio ambiente da NDRC, He Bingguang, citou como um dos principais projetos a criação de centros de tratamento de águas residuais em dez vales fluviais, no valor de US$ 22 bilhões.
Outra grande quantia, que chegará a US$ 25 bilhões, será destinada a instalações para tratar águas industriais. Em 113 cidades serão adotados métodos para reduzir as emissões de dióxido sulfúrico, causador do fenômeno conhecido como "chuva ácida", que afeta pelo menos 30% do território chinês.
He acrescentou que os investimentos também servirão para construir instalações que "garantam a segurança da energia nuclear", na qual a China aposta firmemente neste século, junto com as renováveis (solar, eólica e hidroelétrica).
Recentemente, Pequim anunciou um investimento de US$ 187,5 milhões para atenuar a degradação ambiental no Tibet (sudoeste do país) devido à implementação da nova ferrovia a Lhasa, a capital dessa região montanhosa. O rápido desenvolvimento econômico da China nas duas últimas décadas se saldou com uma grave degradação ambiental no país, com fenômenos como a desertificação, a mencionada "chuva ácida" e a escassez de água potável, entre outros.
Acidentes como o vazamento de benzeno em Harbin, em novembro de 2005, que obrigou a suspensão do fornecimento de água a uma cidade de 9 milhões de habitantes durante quatro dias, fizeram com que Pequim avaliasse a situação e redobrasse esforços para melhorar sua má imagem no setor ambiental.
O Governo do presidente Hu Jintao prometeu equilibrar a partir de agora a balança entre desenvolvimento e meio ambiente, com medidas como adotar um "PIB verde", no qual a deterioração ecológica seja refletida por uma redução no lucro econômico. No entanto, nem sempre é fácil dar números aos problemas ambientais, por isso a adoção deste indicador econômico está demorando na China.
(Agência EFE, 18/07/2006)
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