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2006-07-17
A elaboração de minuta de lei que incentive o uso da energia solar em edificações populares foi destacada entre os principais encaminhamentos do Seminário Cidades Solares - edição Florianópolis, ocorrido semana passada no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc). De acordo com o professor do Laboratório de Energia Solar (Labsolar), Ricardo Rüther, o aproveitamento desta forma de energia já é uma realidade em alguns países, e para começar a ser aproveitada eficientemente no Brasil precisa primeiramente de uma legislação eficiente neste sentido.

Leis específicas para exploração de serviços públicos são consideradas requisitos indispensáveis para atrair investidores. A minuta da lei, segundo ele, deve ouvir a sociedade civil e os fabricantes da tecnologia, parte privada com interesses próprios, além da própria universidade. "No seminário tivemos a presença da presidente da Cohab, o que nos dá a esperança de que o assunto seja encaminhado", avaliou o professor.

Das duas principais formas de aproveitamento de energia solar, a mais adiantada comercialmente - e utilizada há alguns anos - é a tecnologia para aquecimento da água. Mas também se estuda a chamada energia solar fotovoltaica, capaz de complementar em harmonia o fornecimento energético das hidrelétricas no fornecimento de energia. "A idéia é, em épocas de seca aproveitar o sol e poupar as represas. Assim, em períodos nublados, os reservatórios das hidrelétricas estarão cheios para movimentar as turbinas", explicou Rüther, que preside a Sociedade Internacional de Energia Solar no País (Ises do Brasil).

O professor aponta ainda que a exploração solar é uma alternativa de baixo custo, mas que demanda um investimento inicial - por isso a necessidade de estímulo a linhas de financiamento. O investimento para aquisição de placas solares, de acordo com ele, demora cerca de quatro anos para dar retorno econômico. "Pode parecer muito, mas os aparelhos atualmente dão 12 anos de garantia e duram cerca de 20 anos", destacou.

Já a tecnologia fotovoltaica, que gera energia elétrica não apenas para água, mas para manter todo o sistema de uma residência, ainda é caro - utilizando a mesma relação, demora cerca de 30 anos para compensar o investimento. "É como ter uma microusina geradora de energia instalada no telhado", exemplificou.

Rüther citou o exemplo da Alemanha, país com muito menos incidência de sol aproveitável que o Brasil, que está com a maior desenvolvimento entre os países na exploração da energia. "Para se ter uma idéia, apenas no ano passado se instalou em telhados alemães equipamentos capazes de gerar energia equivalente à usina Jorge Lacerda, conhecida por ser a maior termelétrica a carvão da América Latina", destacou, indicando que este tipo de aproveitamento é uma realidade e tendência mundial.
(A Notícia, 15/07/2006)
http://portal.an.com.br/ancapital/2006/jul/15/1ger.jsp

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