Várias ONGs pediram ao Grupo dos Oito (G8) mais compromissos humanitários e ambientais, assim como uma divisão mais justa da riqueza por meio do comércio internacional. A organização humanitária Oxfam disse em entrevista coletiva que a tarefa mais importante dos líderes mundiais é "seu dever de atuar para proteger milhões de civis em perigo, em particular no Sudão e no Oriente Médio".

A ONG afirmou, além disso, que "o tempo corre" para que se alcance um acordo sobre o comércio mundial que permita "aos mais pobres sair da pobreza com seus próprios meios". Os chefes de Estado e de Governo do G8 iniciaram hoje com um jantar sua cúpula anual na cidade russa de São Petersburgo.

As discussões comerciais devem se centrar na sessão da próxima segunda-feira, quando participarão também os representantes dos países em desenvolvimento enquadrados no G20, como Brasil, México, Índia, China e África do Sul. A Oxfam lembrou os compromissos "históricos" assumidos pelo G8 no ano passado em Gleneagles (Escócia) para reduzir a pobreza.

"Este ano devem abrir os bolsos para salvar vidas e enviar as crianças às escolas", sustentou a Oxfam, que exigiu compromissos para financiar totalmente a luta contra a aids, a malária e a tuberculose. A organização ActionAid manifestou, por meio de um comunicado, que as negociações comerciais na OMC devem ser "democráticas e transparentes, envolver todos os países e não ser decididas por um pequeno grupo de nações poderosas em reuniões a portas fechadas".

A ActionAid pediu aos Governos dos Estados Unidos e da União Européia que retirem "as reivindicações agressivas dos países desenvolvidos" que só perseguem o lucro "das indústrias e dos serviços dos países desenvolvidos".

A organização ambientalista Fundo Mundial para a Natureza (WWF) afirmou em outro comunicado que embora o G8 reconheça a relação entre clima e energia, isso não significa que os Governos desenvolvam propostas concretas com objetivos que reduzam as emissões poluentes que provocam o efeito estufa. Segundo o WWF, o G8 deve reconhecer a relação entre energia, segurança e mudança climática e enviar um "claro sinal" de que a palavra segurança é também um termo ambiental.
(EFE, 15/07/2006)
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