O Arranjo Produtivo Local (APL) de Citricultura do Oeste Catarinense,
iniciado em janeiro do ano passado pelo Serviço de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae/SC), está qualificando a cadeia produtiva para
a produção orgânica em projeto que envolve o Sebrae, a Coopercentral
Aurora, a Acacitros e a Epagri. As prioridades são o aumento da produção,
a valorização do produto e a rentabilidade do produtor, expõe o gestor
do pólo de citricultura do oeste, Enio Alberto Parmeggiani.
O projeto de fruticultura deverá ter suas ações e cronogramas revisados em função
da transformação da unidade de processamento de sucos da Aurora,
localizada em Pinhalzinho, em indústria de lácteos. Apesar disso,
a atividade continua sendo uma boa alternativa para os produtores do
oeste em função de ser um nicho específico voltado para a produção
orgânica e o comércio diferenciado por meio do comércio justo. “A certificação neste caso é um elemento fundamental para a viabilização
econômica deste tipo de produção”, assinala o diretor técnico do Sebrae,
Anacleto Ortigara.
O APL já conseguiu certificar 47 produtos de citros e outros 250 estão em
fase de certificação. A cadeia produtiva abrange o oeste catarinense, área de atuação da Associação Catarinense de
Citricultura (Acacitros) e das cooperativas agropecuárias onde há 1.700
estabelecimentos rurais cultivando mais de 3 milhões de pés de laranja.
Os produtores de citros dessa área estão sendo apoiados pelas
cooperativas singulares, com suporte direto da Coopercentral Aurora.
As ações do APL são definidas por um grupo gestor do qual participam
a Aurora com acompanhamento técnico, a Epagri com suporte e
desenvolvimento de pesquisa, a Acacitros com recursos dos produtores e
com o fundo de citricultura e, ainda, o Sebrae/SC com aporte de recursos.
“Estrategicamente estamos qualificando e inserindo parte da produção
no mercado de produtos orgânicos e caracterizando os produtores que
podem ser enquadrados no mercado justo e solidário.
As ações envolvem a busca da valorização do produto, a melhoria do processo produtivo,
manejo e logística e mercado.” Entre as dificuldades enfrentadas pela
cadeia produtiva da fruticultura de exportação, situa-se a situação
cambial com o real excessivamente valorizado em relação ao dólar. Outro
problema é a baixa tradição para a produção in natura, a falta de
implantação do sistema PIF (Produção Integrada de Frutas, que dá respaldo
perante o mercado) e a baixa articulação do setor, o que gera uma baixa
capacidade de cooperação e inclusive a capacidade de suprir e articular
o mercado regional.
As atividades previstas para dinamização e fortalecimento do pólo de citricultura são a assistência ao produtor
realizada pela Aurora e suas cooperativas singulares filiadas, a
pesquisa e apoio de articulação da Epagri e a contratação de
especialistas para adequação da produção orgânica e para o mercado
justo e solidário.
(
Diário da Manhã - Chapecó, 14/07/2006)