Reunião discute mudanças no saneamento básico em Canoas
2006-07-13
Mais um capítulo da discussão sobre o saneamento básico da cidade ocorreu terça-feira
(11/07) de manhã, com a participação de representantes da Prefeitura e da Companhia
Riograndense de Saneamento (Corsan). O encontro teve como objetivo expor a insatisfação
do Município com o serviço prestado pela empresa e rever o convênio da cidade com o Estado.
Atualmente cerca de 110 mil residências recebem água tratada. O maior problema da cidade
na área de saneamento, porém, está no tratamento do esgoto cloacal. A Secretaria Municipal
de Preservação Ambiental (Sempa) estima que 90% de todo o esgoto sanitário produzido em
Canoas são jogados diretamente no sistema hídrico - rios e arroios- sem qualquer
tratamento.
O titular da Sempa, Marcos Chedid, adianta que sugestões para um novo plano de gestão de
saneamento básico na cidade foram dadas nesse primeiro encontro. “A intenção é fazer com
que o município tenha uma ação mais efetiva no planejamento e revisão do convênio com a
estatal.” Ao final da reunião foi formada uma comissão com oito membros, da Prefeitura e
Corsan, para começar a discutir o assunto e as alterações necessárias para atender de
forma satisfatória a cidade. O primeiro encontro da comissão está marcado para as 10 horas
de hoje (13/07).
O superintendente da região Sinos da Corsan, Édson Helfenstein, adiantou que a partir da
renovação do contrato de concessão do serviço serão incluídas cláusulas que atendam as
leis de Responsabilidade Fiscal, Licitações e Concessões. “O contrato atual está baseado
em legislação da década de 50 e não prevê adequadamente essas leis”, frisa. A concessão
é renovada a cada 20 anos e a última ocorreu em 1997. Antes de 2017, entretanto, cláusulas
do contrato podem ser alteradas.
POLUIÇÃO - O déficit na coleta e tratamento do esgoto, segundo Chedid, tem colocado em
risco o meio ambiente. A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) instalada no bairro Mato
Grande recebe apenas os dejetos de 13 mil residências das vilas Ideal, Fernandes, Hermann
e dos bairros Niterói, Harmonia, parte do Fátima, Mato Grande, Guajuviras, Cinco Colônias
e parte das adjacências da avenida Boqueirão. O sistema está preparado para interligar
mais 17 mil economias das localidades mencionadas até a ETE.
Helfenstein adianta que a Prefeitura e o Ministério Público vão notificar os responsáveis
de 17 mil residências que não estão ligadas ao sistema para que tomem essa providência.
“Essas pessoas vão ter gastos apenas com a ligação dentro de suas casas o restante é
realizado pela empresa.” O superintendente diz que a obra custará no máximo R$ 132,00 por
residência e poderá ser parcelada em até dez vezes na conta de água. Além da cobrança
mensal do serviço. A tarifa é calculada em 70% do consumo de água. “Isso representa um
acréscimo real de 55% a 60% no valor da conta”, explica Helfenstein.
(Diário de
Canoas, 12/07/2006)
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