Um painel de cientistas norte-americanos afirmou nesta semana que a EPA, Agência de Proteção Ambiental do país, deve avaliar rapidamente – dentro de até um ano – os riscos de câncer apresentados pelas dioxinas, as quais estão presentes no solo, em alimentos e na maioria dos corpos dos americanos.
Os especialistas, reunidos pelo Conselho Nacional de Pesquisa, da Academia Nacional de Ciências, confirmaram muitas das conclusões de um relatório da EPA de 2003, o qual destaca que as dioxinas são causadoras de câncer e de desordens ao sistema imunológico e reprodutivo humano.
Contudo, tais especialistas disseram que a EPA deve afirmar que tais riscos apresentam-se mesmo com a exposição a doses extremamente pequenas, e os pesquisadores deveriam considerar a observação de dados existentes de nova forma para checar suas conclusões. Mesmo com o relatório da EPA tendo sido tornado público há três anos, suascocnclusões não se refletiram em novas políticas públicas.
O painel da Academia nacional disse brevemente que a avaliação de riscos da EPA deveria ser completada dentro de até um ano, sem mais prorrogação. A avaliação feita em 2003 indicava que mesmo a exposição muito leve às dioxinas poderia constituir um risco à saúde, e os níveis seguros dessas susbtâncias deveriam ser dez vezes menores que os previamente avaliados pela EPA em 1985.
“Estamos abrindo caminho para a EPA liberar esse relatório”, disse o secretário do painel, David Eaton, professor da Universidade de Washington, Seattle. “Nossa recomendação é não voltar atrás e começar logo a revisão”, acrescentou.
As dioxinas e substâncias químicas correlatas ganharam expressão em termos de preocupação mundial desde a década de 70, quando foram encontradas no herbicida agente laranja, utilizados na Guerra contra o Vietnã. Essas substâncias também são subprodutos de várias indústrias, incluindo as de produção de papel e celulose e a incineração, pois são processos que utilizam o cloro.
As dioxinas e similares permanecem no meio ambiente, o que permite que elas ingressem na cadeia alimentar. A maioria dos norte-americanos ingere dioxinas quando se alimenta com produtos como carnes de bovino, porco e peixes, e outros estão expostos por acidente ou por situações de trabalho, afirma o painel da Academia de Ciências.
O Centro de Saúde, Meio Ambiente e Justiça de Boston ratificou o relatório da Academia Nacional e acusou as indústrias que usam cloro para que elas utilizem padrões mais saudáveis de produção. “A primeira avaliação das dioxinas foi em 1985”, disse o diretor-executivo da Academia, Lois Gibbs. “Nos últimos 21 anos, indústrias que usam cloro demandaram revisões, reavaliações, análisesVaos estabelecer metas mais protetoras na regulamentação.”
(Por
MSNBC, 12/07/2006)