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2006-07-13
Morar ou trabalhar num edifício com selo "Edifício Verde de Qualidade" destacando principalmente a eficiência energética, poderá se tornar realidade num futuro bem próximo. Pelo menos é essa a expectativa do engenheiro Edison Tito, integrante da Associação Brasileira de Refrigera-ção, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

Seguindo as determinações de organismos internacionais, o Edifício Verde, que já é realidade na União Européia, vem contribuindo com a melhora na qualidade de vida das pessoas com a eficiência das moradias e dos prédios comerciais. Nestes países, as edificações são classificadas com selos que indicam se o imóvel foi construído seguindo as normas que vão desde o material utilizado, processos construtivos, consumo de energia e até a qualidade do ar do local escolhido para a obra.

Segundo o engenheiro, o Brasil tem potencial para desenvolver um projeto como este. "O Brasil pode chegar a perfeição com a classificação voluntária dos edifícios". Ainda de acordo com o engenheiro, a maioria das edificações no Brasil desperdiça grandes oportunidades de economizar energia e custos, por não considerar esse item desde o projeto arquitetônico e a construção, até sua utilização.

Conforme levantamento da Eletrobrás, ficou constatado que os edifícios comerciais e residenciais, são responsáveis por 48% do consumo de energia elétrica no Brasil. O estudo detectou também que o potencial de conservação de energia em prédios já construídos chega a 30% e nos novos, 50%.

No Brasil, o mercado de energia elétrica experimenta um crescimento de 4,5% ao ano devendo ultrapassar a casa dos 100 mil megawatts (MW) em 2008, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O grande vilão No projeto do "Edifício Verde de Qualidade" estão incluídos também a utilização de aparelhos que consomem muita energia, o ar condicionado por exemplo. Considerado um dos principais vilões do Plano Emergencial de 2001, quando do apagão, o aparelho incentivou as empresas que integram a Abrava a investir em novas tecnologias. "Essas tecnologias nos permitiu um maior volume de negócios e estão sendo aplicadas em hotéis, motéis, hospitais, industrias entre outros", afirma o presidente da Abrava, Carlos Trombini.

Segundo ele a entidade, vê a questão energética como um fator fundamental. Os números da entidade confirmam que os sistemas de aquecimento no Brasil beneficiam mais de 500 mil residências, economizando energia elétrica equivalente ao consumo de uma cidade de 1,1 milhão de famílias.

Para Trombini, entre as soluções apresentadas para o desenvolvimento energético, cada setor deve dispor de equipamentos e investir em tecno-logia. "Num mercado onde a concorrência global é uma questão de sobrevivência, a adoção de sistemas de alta tecnologia vai permitir que os nosso clientes exigiam cada vez mais qualidade. Com o projeto dos Edifícios Verdes, vamos poder agregar técnica, manutenção e serviços", disse o presidente da Abrava.
(Por Ivonéte Dainese, Gazeta Mercantil, 13/07/2006)

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