Morar ou trabalhar num edifício com
selo "Edifício Verde de Qualidade" destacando principalmente a
eficiência energética, poderá se tornar realidade num futuro bem
próximo. Pelo menos é essa a expectativa do engenheiro Edison Tito,
integrante da Associação Brasileira de Refrigera-ção, Ar Condicionado,
Ventilação e Aquecimento (Abrava).
Seguindo as determinações de organismos internacionais, o Edifício Verde,
que já é realidade na União Européia, vem contribuindo com a melhora na
qualidade de vida das pessoas com a eficiência das moradias e dos prédios
comerciais. Nestes países, as edificações são classificadas com selos
que indicam se o imóvel foi construído seguindo as normas que vão desde
o material utilizado, processos construtivos, consumo de energia e até
a qualidade do ar do local escolhido para a obra.
Segundo o engenheiro, o Brasil tem potencial para desenvolver um projeto
como este. "O Brasil pode chegar a perfeição com a classificação
voluntária dos edifícios". Ainda de acordo com o engenheiro, a maioria
das edificações no Brasil desperdiça grandes oportunidades de economizar
energia e custos, por não considerar esse item desde o projeto
arquitetônico e a construção, até sua utilização.
Conforme levantamento da Eletrobrás, ficou constatado que os edifícios
comerciais e residenciais, são responsáveis por 48% do consumo de
energia elétrica no Brasil. O estudo detectou também que o potencial
de conservação de energia em prédios já construídos chega a 30% e nos
novos, 50%.
No Brasil, o mercado de energia elétrica experimenta um crescimento
de 4,5% ao ano devendo ultrapassar a casa dos 100 mil megawatts (MW)
em 2008, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O grande vilão
No projeto do "Edifício Verde de Qualidade" estão incluídos também a
utilização de aparelhos que consomem muita energia, o ar condicionado
por exemplo. Considerado um dos principais vilões do Plano Emergencial
de 2001, quando do apagão, o aparelho incentivou as empresas que
integram a Abrava a investir em novas tecnologias. "Essas tecnologias
nos permitiu um maior volume de negócios e estão sendo aplicadas
em hotéis, motéis, hospitais, industrias entre outros", afirma o
presidente da Abrava, Carlos Trombini.
Segundo ele a entidade, vê a questão energética como um fator
fundamental. Os números da entidade confirmam que os sistemas de
aquecimento no Brasil beneficiam mais de 500 mil residências,
economizando energia elétrica equivalente ao consumo de uma cidade de
1,1 milhão de famílias.
Para Trombini, entre as soluções apresentadas para o desenvolvimento
energético, cada setor deve dispor de equipamentos e investir em
tecno-logia. "Num mercado onde a concorrência global é uma questão
de sobrevivência, a adoção de sistemas de alta tecnologia vai permitir
que os nosso clientes exigiam cada vez mais qualidade. Com o projeto
dos Edifícios Verdes, vamos poder agregar técnica, manutenção e serviços",
disse o presidente da Abrava.
(Por Ivonéte Dainese,
Gazeta Mercantil, 13/07/2006)