A Fundação Municipal de Meio Ambiente de Navegantes (Fuman) vai pedir ao Ministério Público Federal (MPF) uma investigação sobre a origem do lixo que se acumulou em suas praias nas últimas semanas.
O órgão suspeita que a presença dos resíduos tenha sido provocada pela dragagem realizada no Rio Itajaí-Açu, encomendada pelo Porto de Itajaí. Como não obteve acesso ao projeto da operação, a Fuman optou em formalizar o pedido via promotoria.
– Ficamos chateados com a não manifestação do porto no processo. Gostaríamos que eles fossem mais parceiros – disse o superintendente da Fuman, Fabiano D´Ávila Vieira.
O primeiro registro de dejetos espalhados pela praia de Navegantes, que tem aproximadamente 11 quilômetros de extensão, ocorreu no dia 28 de junho. Pneus, cabo de aço, sacos plásticos, garrafas pet e até botas poluíram a orla. Foram necessários 35 caminhões para remover o entulho.
Segundo Vieira, o normal seria despender cerca de quatro caminhões para a manutenção da limpeza da praia no período.
Fiscais do Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Sudeste e Sul (Cepsul) do Ibama acompanharam o trabalho da draga, na segunda-feira. O chefe do Cepsul, Luiz Fernando Rodrigues, descarta em princípio qualquer ligação do serviço com a poluição da praia.
A draga funcionaria como um aspirador de pó que suga a lama do fundo do rio. Uma grade de proteção no equipamento retém os resíduos, posteriormente encaminhados para a reciclagem – quando podem ser aproveitados.
– A hipótese provável do problema é a ressaca – acredita Rodrigues.
O diretor-técnico do Porto de Itajaí, Ricardo Faissal, afirma que foi procurado pelo Ibama, que acompanhou o trabalho da draga.
– Provamos que a dragagem não é responsável pelo problema. O serviço iniciou no dia 7 de junho e depois de 20 dias de operação é que apareceu a sujeira – afirmou.
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Jornal de Santa Catarina, 12/07/2006)