Ibama aplicou R$ 60 milhões em multas em seis operações no Pará
2006-07-13
Cerca de R$ 60 milhões em multas, 121 autos de infração lavrados, 106 termos de apreensão de depósito e onze termos de embargo/ interdição expedidos, além do embargo de uma empresa e a expedição de seis seis notificações. Esse é o resultado de seis operações feitas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no período de 17 de março a 7 deste mês, no Pará. Dezoito municípios foram devassados pelo trabalho, que envolveu cerca de 60 agentes.
As operações Kayapó, Cumaru, Sem Fronteiras, Aço Preto, Urucuré e Lago também apreenderam 2.399,601 metros cúbicos de madeira, mais de 105 mil metros cúbicos de carvão vegetal, 37 motosserras, 68 veículos e 102 animais silvestres. Foram embargados mais de 33 mil hectares de área já desmatadas, e 363 fornos de produção de carvão vegetal, oriundos de florestas nativas que alimentam siderúrgicas para produção de ferro gusa.
A operação Aço Preto é a única que continua em andamento, no sudeste do Estado. O trabalho é feito numa parceria com o Batalhão de Policiamento Ambiental, Polícia Militar, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam) e Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte). Agentes de fiscalização, policiais e técnicos dos governos estadual e federal apuram denúncias de exploração ilegal de madeiras e desmatamento e combatem ilícitos ambientais, como o transporte e armazenamento de madeira.
As operações passaram pelos municípios de Acará, Moju, Tailândia, Paragominas, Dom Elizeu, Ulianópolis, Rondon do Pará, Tucuruí, Baião, Breu Branco, Goianésia do Pará, Pacajá, Anapu, Novo Repartimento, Marabá, Cumaru do Norte, Santana do Araguaia e São Felix do Xingu. Segundo o Ibama, o desmatamento na chamada região do carvão vegetal cresceu 17% em relação ao ano passado. A região do carvão abastece os pólos siderúrgicos para produção de ferro gusa dos Estados do Pará e Maranhão.
Na operação Aço Preto II, o Ibama está intensificando a fiscalização em Paragominas, Dom Elizeu, Ulianópolis e Rondon do Pará. Estima-se que são desmatados nessas áreas por mês cerca de 5 mil hectares de florestas nativas para produção de carvão vegetal. O instituto constatou a extração ilegal de madeira em Cumaru do Norte, sul do Pará, para abastecer serrarias na região. A Fundação Nacional do Índio (Funai) também está investigando indícios de extração ilegal de madeira na reserva indígena Apytereweua para abastecer serrarias em Cumaru, que fica a 70 quilômetros de Redenção. Os números da operação Kayapó (quatro mil hectares) e Cumaru (seis mil hectares) indicaram queda significativa no desmatamento em florestas nativas em relação ao ano passado.
(O Liberal, 12/07/2006)
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