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2006-07-13
Conjunto de indicadores reunidos pelo Worldwatch Institute mostra que a economia mundial cresce às custas da destruição dos recursos naturais. Na mais recente edição do Vital Signs (Sinais Vitais) lançada nos Estados Unidos pelo Worldwatch Institute, um instituto de pesquisas dedicado a temas ambientais e sociais, duas tendências ficam claras. A primeira é a de que a economia não pára de crescer, como mostram alguns números: em 2005, o PIB mundial atingiu o recorde de 59,6 trilhões de dólares, a produção global de automóveis e utilitários esportivos bateu inéditas 64 milhões de unidades e os gastos mundiais com publicidade chegaram a 570 bilhões de dólares, cifra jamais alcançada antes.

A segunda tendência apresenta o custo ambiental de índices tão altos de produção e consumo. A humanidade está usando 23% a mais de recursos naturais do que o planeta é capaz de recompor. Cerca de 20% dos recifes de coral e dos mangues em áreas costeiras já foram destruídos em todo o mundo. A degradação da maior parte dos ecossistemas globais tem levado à perda dos serviços naturais que eles prestam, pois funcionam como fontes de água potável, de alimentos e como reguladores do clima. Os combustíveis fósseis — carvão mineral, gás natural e derivados de petróleo — continuam a ser a principal fonte de energia global, apesar do aumento na atmosfera dos gases de efeito estufa emitidos por eles, o que quase certamente levará à elevação da temperatura média no planeta nas próximas décadas.

O uso de carvão mineral, o combustível que mais emite gases de efeito estufa, cresceu 6,3% só em 2004. A boa notícia, em contrapartida, é que no ano de 2005 a capacidade instalada de energia eólica cresceu 24%, a produção de energia solar por célular fotovoltaicas (que transformam luz em eletricidade) aumentou 45% e a produção de biocombustíveis (como etanol e biodiesel) deu um salto de 20%. “A economia nos padrões atuais está prejudicando os ecossistemas da Terra e as pessoas que dependem deles”, diz Erik Assadourian, diretor do projeto Vital Signs 2006-2007. “Se todo mundo consumisse como os países mais ricos, o planeta poderia suportar de maneira sustentável somente 1,8 bilhão de pessoas, não a população atual de 6,5 bilhões.

No entanto, a população mundial não deverá diminuir, e sim crescer para 8,9 bilhões de habitantes por volta de 2050.” A série Vital Signs, atualizada a cada um ou dois anos, reúne os principais indicadores econômicos, sociais e ambientais do mundo, oferecendo assim um retrato da “saúde” do planeta e de seus habitantes. Disponível (em inglês) no site www.worldwatch.org, o Vital Signs 2006-2007 mostra que a exploração sustentável do recursos naturais ainda está distante, apesar de algumas boas iniciativas como o investimento em energias renováveis e não poluentes. Como afirma no prefácio da publicação Christopher Flavin, presidente do Worldwatch Institute, “os líderes dos governos e os cidadãos terão de se mobilizar de uma maneira sem precedentes se quisermos ter alguma chance de deixar um mundo seguro e saudável para a próxima geração”.
(Por Fátima Cardoso, Envolverde, 12/07/2006)
http://www.envolverde.com.br/materia.php?cod=19648

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