"O aumento do consumo de combustíveis fósseis terá efeitos desastrosos para o meio ambiente", diz Chirac
2006-07-13
O presidente da França, Jacques Chirac, advertiu que a energia "não deve ser um instrumento político", e apostou na melhora no funcionamento dos mercados de petróleo e do gás. Chirac defende essa postura em artigo divulgado ontem (12/07) pela Presidência da República e que hoje sairá em jornais dos países pertencentes ao Grupo dos Oito (G8), cuja cúpula de líderes acontecerá no próximo fim de semana em São Petersburgo, na Rússia.
Para o presidente francês, a reunião deve servir para refletir sobre a conveniência do diálogo entre produtores, consumidores e países de passagem, acelerar a transição para a era pós-petróleo e ajudar os países emergentes a elaborar um desenvolvimento responsável com a ecologia.
Em seu artigo, Chirac afirma que a expansão econômica mundial obriga a tratar a energia em um marco de cooperação e com a premissa do desenvolvimento sustentável. "Se não fizermos nada, o aumento do consumo de combustíveis fósseis terá efeitos desastrosos para o meio ambiente e o clima", afirma o presidente francês, que expressa seu desejo de que o encontro de São Petersburgo permita "tomar medidas necessárias" para melhorar a eficácia dos mercados do petróleo e do gás.
Nesta linha, Chirac ressalta a necessidade de impulsionar as energias renováveis e alternativas, "incluindo a energia nuclear, com garantias mais estritas de segurança e não-proliferação". Chirac afirma que, na cúpula do G8, pedirá aos países ricos e emergentes participantes que se mobilizem contra a mudança climática, e tentará convencê-los de que é preciso "dispor de novos financiamentos para vencer a miséria e as pandemias".
Além disso, quer que os líderes presentes expressem seu apoio à África e contribuam para "resistir ao terrorismo e à proliferação de armas de destruição em massa tratando, em particular, as questões iraniana e norte-coreana".
"Os projetos nucleares do Irã geram preocupação. A Europa abriu a via da diplomacia apoiada por Rússia, Estados Unidos e China. Apresentamos ao Irã propostas generosas que respeitam seu direito a ter energia nuclear civil, contanto que o país cumpra seus compromissos de não-proliferação", lembra Chirac. O presidente francês acrescenta que confia em que as autoridades iranianas "saibam aceitar a mão estendida, pela paz e estabilidade do mundo, e pelo Irã. A cúpula dirigirá uma mensagem de unidade e determinação".
(EFE, 12/07/2006)
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