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2006-07-12
Em 2007, o mercado de crédito carbono terá um potencial em todo o mundo, de € 30 bilhões e o Brasil poderá responder por 20% desse total, com um potencial de ganho extra de cerca de € 6 bilhões, revela uma pesquisa conduzida pelo consultor Antonio Carlos Porto Araújo, da Trevisan Escola de Negócios, e divulgada numa cartilha sobre a Comercialização de Crédito de Carbono.

Segundo o estudo da Trevisan Consult, atualmente o comércio de crédito de carbono, está movimentando a economia de grandes países. O Brasil que até há alguns meses ocupava o primeiro lugar no ranking dos principais produtores, acabou perdendo o lugar para a China e a Índia. Esses dois países em conjunto com a Austrália, Coréia do Sul e Japão produzem quase metade dos gases causadores do aquecimento global. "O potencial brasileiro é muito grande. Ainda existe uma grande expectativa nesse novo mercado, que é promissor ", diz Araújo.

Segundo a dados da consultoria, o Banco Mundial criou o "Prototype Carbon Fund", um fundo de investimento cujo objetivo é fomentar o projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) no países em desenvolvimento através dos recursos públicos e privados dos países industrializados. "Todos os dias chegam ao Brasil, empresas interessadas em investir em crédito de carbono. Primeiro porque o preço está barato e depois porque temos um grande gargalo que é uma tributação adequada", reafirmou o consultor. Na Europa, a tonelada de crédito de carbono é cotada, em média, a € 16,5.Um dos principais produtores de crédito de carbono são os aterros sanitários que detém um potencial de geração de metano com índice de efeito estufa 21 vezes maior que o gás carbônico. O crédito de carbono é o resultado da queima do gás metano que se forma a partir do líquido que surge nos aterros sanitários (chorume).

Segundo análise da Trevisan, a estimativa é que durante o ano passado tenham sido comercializadas aproximadamente 799 mil toneladas de dióxido de carbono, movimentando cerca de € 9, 4 milhões.

Seis gases
O Protocolo de Kyoto estabelece que as emissões de seis gases causam efeito estufa: dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, hidrofluorcarbonos, hidrocarbonetos perfluorados, hexafluoreto de enxofre. O documento prevê que entre 2008 e 2012, os países desenvolvidos reduzam suas emissões em média, 5,2% em relação aos níveis medidos em 1990.

Os EUA, por exemplo, país que mais emite gases do efeito estufa, tem 5% da população mundial e representa 25% do consumo de combustíveis do planeta, mas não aderiu ao Protocolo. No Brasil, a emissão dos gases não atingem o grau estipulado no documento, permitindo assim a transferência de crédito de carbono para os países emissores.

A criação do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) consiste que cada tonelada de dióxido de carbono deixada de ser emitida, ou retirada da atmosfera por um país em desenvolvimento, poderá ser negociada no mercado mundial através de Certificados de Emissões Reduzidas (CER) contabilizadas nas metas de redução dos países.

As empresas que não conseguirem reduzir suas emissões poderão comprar os CERs de países em desenvolvimento e usá-los para cumprir suas obrigações. Os países em desenvolvimento, por sua vez, deverão usar a MDL para promover seu desenvolvimento sustentável.
(Por Ivonéte Dainese, Gazeta Mercantil, 12/07/2006)

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