Carros que poluem menos evitam 15 mil mortes por doenças cardiorespiratórias na Grande São Paulo desde 1986
2006-07-12
Cerca de 15 mil mortes foram evitadas na região metropolitana de São Paulo, desde 1986, com o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve). A conclusão é de um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), divulgado ontem (11/7) pelo Ministério do Meio Ambiente. De acordo com o estudo, a redução na emissão de gases poluentes por veículos evitou mortes provocadas por doenças cardiovasculares e pulmonares.
Dessa maneira, houve uma economia de US$ 1,32 bilhão em internações e procedimentos médico-hospitalares, em 20 anos. No período, segundo o estudo, houve aumento de 15% da população e de 60% da frota de veículos. “Isso tem um significado tanto do ponto de vista humano, numérico, como do ponto de vista financeiro”, avaliou o secretário de Qualidade Ambiental do ministério, Victor Zular Zveibil, em entrevista coletiva à imprensa.
O secretário lembrou que o estudo é referente apenas à região metropolitana de São Paulo e disse que os resultados podem ser ainda mais expressivos se for analisado o impacto do programa em todos os estados brasileiros. “Se extrapolarmos esses números para as grandes regiões metropolitanas do país, ou para todo o país, veremos o impacto de um programa com essa magnitude”.
Desde que foi criado, em 1986, o Proconve conseguiu reduzir em 98% a emissão de gases poluentes por veículos em todo o país, melhorando a qualidade do ar. Para o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marcus Barros, o número de mortes evitadas é o principal resultado do programa.
“Salta aos olhos que essa junção de esforços deu resultado concreto e objetivo, você diminuiu a mortalidade por doenças advindas da poluição, de maneira expressiva. É claro que, quando você analisa mortalidade, ela é multifatorial - posso dizer que as chaminés fixas das fábricas, por exemplo, têm uma contribuição [para a emissão de gases poluentes]. Mas, se você elimina uma variável, é muito expressivo esse ganho”, analisou.
(Por Juliana Andrade, Agência Brasil, 11/07/2006)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/07/11/materia.2006-07-11.3400514503