Liberação do orçamento do Centro Biotecnologia da Amazônia está com atraso de um ano
2006-07-12
Dos R$ 10,6 milhões do orçamento do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) previsto para 2006, nenhuma parcela foi repassada até agora à instituição, pelo governo federal. Neste ano, o Centro gasta os R$ 5,2 milhões do orçamento de 2005, liberados na segunda semana de dezembro.
"Isso significa que nós estamos sempre um ano atrasados”, lamentou o coordenador geral de implementação do CBA, Imar César de Araújo. “Esses R$ 5,2 milhões são praticamente para investimento. Os equipamentos estão em fase de licitação. A gente espera que eles cheguem logo para fechar projetos cuja liquidação estava prevista para 2005”.
Os recursos do CBA vêm da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), cuja arrecadação cai no Tesouro Nacional e, portanto, está sujeita a contingenciamentos. Os R$ 5,2 milhões disponibilizados ao Centro no ano passado não representam metade do total do orçamento previsto, que era de R$ 13,6 milhões.
O coordenador da área de negócios do CBA, Ewerton Larry Ferreira, contou que o centro foi criado em dezembro de 2002, mas as primeiras equipes só começaram a chegar em julho de 2004. “Hoje, trabalham aqui 74 pesquisadores”, informou.
O prédio, cuja construção custou R$ 15 milhões, tem capacidade para abrigar 25 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento, um núcleo de produção de extratos, uma planta de processos industriais e um biotério (local onde se colocam animais usados como cobaias). “Onze laboratórios já estão funcionando, além do núcleo de produção de extratos”, revelou Ferreira.
O coordenador de implementação informou que com a chegada dos equipamentos em licitação será possível montar outros cinco laboratórios. “Se recebermos os R$ 10,6 milhões deste ano, começaremos a montar mais dois laboratórios, que estão entre os mais caros. Também buscamos recursos para três laboratórios temáticos, nas áreas de alimentos, cosméticos e fitofármacos", acrescentou.
Esses laboratórios temáticos permitirão que pesquisadores das empresas incubadas trabalhem ao lado dos técnicos do CBA. “Nos laboratórios atuais, esssas empresas são apenas clientes: fazem um pedido e recebem uma resposta”, argumentou Araújo. “Mas quando se trabalha com o desenvolvimento de produtos e processos, há etapas em que você tem que realizar testes. E nós passaremos a oferecer também esse serviço”.
O CBA se divide em duas grandes áreas: de tecnologia e de negócios. A primeira se subdivide em seis coordenadorias: núcleo de produção de extratos e planta piloto; quimíca de produtos naturais e cultura de tecidos; central analítica; microbiologia; biologia molecular e farmacologia. A segunda, em apenas duas: informação em biotecnologia e gestão de projetos.
(Por Thaís Brianezi, Agência Brasil, 11/07/2006)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/07/11/materia.2006-07-11.7392049878