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2006-07-12
Num trecho do best seller “O Código Da Vinci”, um personagem comete assassinato usando um artifício incomum: a vítima é intoxicada com resíduos de amendoim colocados na sua bebida. A ficção dá lugar à realidade, quando se constata que o amendoim, a exemplo de outros alimentos oleaginosos, pode carregar uma substância tóxica: a aflatoxina. A substância é um metabólico do fungo Aspergillus flavus, tóxico para o ser humano e para a maioria dos animais. Sua ocorrência é mais freqüente em amendoim do que em outros produtos agrícolas, uma vez que o amendoim é o substrato preferido por esse fungo.

Na semana passada, a Comissão do Código Alimentar da Organização das Nações Unidas (ONU) listou outros alimentos que podem conter a substância, entre eles a castanha-do-pará. A conferência discutiu uma série de medidas de promoção à segurança em alimentos considerados de risco. Em contrapartida, o Ministério da Agricultura apresentou o Código de Práticas Internacionais que vai auxiliar os consumidores da castanha-do-pará no Brasil e fora do país.

Os problemas mais sérios que a aflatoxina pode provocar são: danos nos rins, cirrose, febre, redução da resistência imunológica e câncer no fígado. “A castanha é um alimento nutritivo para os homens e para os microorganismos também. É um meio de cultura propício para o fungo Aspergillus flavus, que causa a toxina chamada aflatoxina, que pode provocar o câncer no fígado”, declarou Odilson Ribeiro, diretor do Departamento de Supervisão Sanitária e Fitossanitária do Ministério da Agricultura.

O mau acondicionamento da castanha é a principal forma de propagação do fungo. Se o grão for submetido a condições inadequadas, o fungo pode surgir no campo, no armazém, durante o transporte, na gôndola do supermercado ou até mesmo na geladeira do consumidor. Outros fatores também são responsáveis pela proliferação do Aspergillus como, por exemplo, a exposição à chuva e umidade. De acordo com Odilson Ribeiro, a Vigilância Sanitária dos Estados e municípios devem intensificar a fiscalização sobre o alimento, para evitar que o consumidor tenha contato com a castanha contaminada.

“Os órgãos de inspeção de saúde têm de verificar desde o acondicionamento até a comercialização do produto. Para o consumidor, uma simples divulgação já resolveria o problema. Além disso, na hora de comprar a castanha o consumidor deve observar se ela exala um odor desagradável ou se tem um sabor ardido, fermentado. Se a castanha estiver com essas características, é bem provável que esteja contaminada pela aflatoxina”, destacou Ribeiro.

No Brasil, segundo Odilson Ribeiro, não há referência sobre um número de vítimas da aflatoxina. “Esses dados só seriam possíveis por meio de um histórico do paciente”, declarou Ribeiro. Em outros países tropicais, como os da África, o problema assume proporções alarmantes. Há relatos de pessoas que, após consumirem alimentos contaminados com a microtoxina, passam mal, têm diarréias severas e até morrem, segundo dados das ONU.

Exportação
Maior exportadora de castanha-do-pará do Brasil, a Jorge Mutran Exportadora já sentiu o efeito de algumas medidas adotadas pelo mercado internacional, sobretudo o europeu, em relação ao produto. “Exportávamos para quase todos os países da Europa, principalmente para a Itália, mas eles começaram a criar barreiras com o produto. Reduziram o teor de 20 mil ppb (parte por bilhão) de aflotoxina para 2 ppb. No Brasil, o limite é 20. Por isso, mesmo que a carga seja liberada no Brasil, há restrição quando é fiscalizada na Europa. Aí, o produto volta e levamos quase seis meses para retirá-lo da alfândega. Perdemos toda a carga, que já está estragada. Não estamos mais exportando para a Europa, mesmo com os pedidos”, declarou Cristina Mutran, gerente administrativa da empresa.

De acordo Cristina, a Jorge Mutran faz todo o procedimento laboratorial para pesquisar se existe ou não a ocorrência da aflatoxina na castanha desde a chegada do lote à empresa até o embarque do produto. As amostras são enviadas para São Paulo e só retornam em uma semana. A indústria paraense aguarda a instalação de um laboratório de pesquisa em Belém. “Hoje, exportamos para doze países, como Estados Unidos, Líbia, Austrália, Nova Zelândia e China. Se a aflatoxina é detectada em algum dos nossos lotes de castanha, ela sequer embarca”, garantiu Cristina.

Consumidor desconhece riscos para a saúde
O pastor da Igreja Batista, Welton Lobato, 38 anos, se surpreendeu. Numa banca de frutas da feira do Ver-o-Peso, levava um casal de amigos paulistanos para conhecer as delícias paraenses. Entre elas, a castanha-do-pará. Ao ser informado sobre as conseqüências do mau acondicionamento da fruta, Welton não teve dúvidas: “Acho que se já existem estudos sobre isso, os Ministérios da Saúde ou da Agricultura deveriam fazer um alerta à população e informar também os vendedores como acondicionar o produto de maneira adequada. Eu não sabia desse detalhe”, comentou ele, que, mesmo surpreso, comprou alguns lotes da castanha.

Para o cancerologista Antenor Madeira, do Hospital “Ofir Loyola”, não há porque se preocupar e muito menos fazer alertas que deixem a população com receio de consumir a castanha. “É perigoso dar informações dessa maneira, porque, às vezes, tudo gira por conta de uma briga comercial”, destacou, acrescentando ainda que outros alimentos também contêm substâncias cancerígenas, mas que o teor é tão baixo que não deve se transformar num dado preocupante. “O hábito de acondicionar de forma correta deve ser tomada com todos os alimentos e não somente com a castanha-do-pará. As lingüiças e outros enlatados, por exemplo, também trazem substâncias cancerígenas, mas em percentual pequeno”, completou.

Madeira disse ainda que a incidência de câncer de fígado no Pará é relativamente baixa, se comparado a outras regiões do país. “Isso é um fato”. Ele confirma, porém, que o mau acondicionamento da castanha, a exemplo de outros produtos oleaginosos, como amendoim e amêndoa, provoca o aparecimento da aflatoxina, que pode ocasionar o câncer de fígado. “O consumidor também deve saber que existe um estudo inglês que comprova que a castanha-do-pará em bom estado é rica em vitaminas e sais minerais e atua como uma substância imunomodulada permitindo que o organismo se defenda contra o próprio câncer”, ressaltou.

Fruto do castanheiro pode ajudar a combater o estresse e depressão
A médica nutróloga e endocrinologista Valéria Goulart, estudiosa em terapia ortomolecular e estética médica, desenvolveu um cardápio voltado especialmente para quem sofre de estresse, mal que acomete cerca de 70% da população brasileira, segundo último levantamento feito pelo International Management Stress Association (Isma). Dentre os alimentos recomendados pela especialista, está a castanha-do-pará, cuja consumo, segundo ela, melhora sintomas de depressão e auxilia na redução do estresse.

Uma alimentação balanceada pode minimizar os sintomas do estresse, período em que é necessário maior consumo de determinadas proteínas, vitaminas e minerais para manter o organismo funcionando adequadamente, ensina. A dieta sugerida por Goulart baseia-se, entre outras pesquisas, em resultados de estudos que comprovaram que a ingestão de vitamina C inibe a liberação de cortisol, principal hormônio relacionado ao estresse no corpo.

“Uma alimentação balanceada é fundamental no combate ao estresse. O organismo sob efeito do estresse funciona de forma inadequada, consumindo desordenadamente a glicose, principal combustível do nosso corpo”, explica. Dessa forma, o cortisol provoca o desgaste das proteínas do músculo, fonte de energia mais eficaz do que a gordura do corpo. Quando isso acontece, recomenda-se o aumento do consumo de carboidratos e uma dose extra de proteínas para impedir o desgaste muscular. “A vitamina C é um grande aliado, mas o organismo necessita de outros nutrientes, que também têm funções vitais no combate ao estresse”, relembra a especialista.

Ela indica um cardápio rico em nutrientes como as vitaminas do complexo B, especialmente a vitamina 1 (tiamina), B2 (riboflavina), niacina, B5 (ácido pantotênico), B6 (cloridrato de piridoxina) e colina. “Devido aos seus papéis no metabolismo dos carboidratos, as vitaminas B1 e B2 e a niacina são usadas em doses maiores durante o estresse. Já as vitaminas B5, C e colina são elementos necessários na produção de hormônios liberados durante a resposta do organismo aos efeitos do estresse”, diz. A deficiência dessas vitaminas pode levar a reações de ansiedade, depressão, insônia e fraqueza muscular.
(Por Adriana Monteiro, O Liberal, 11/07/2006)
http://www.oliberal.com.br/index.htm

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