O Porto de Cachoeira do Sul está mais próximo de entrar em funcionamento. A notícia esperada há quase uma década pelos cachoeirenses está se tornando real graças aos investimentos que a Granol (beneficiamento de soja) e a Aracruz (indústria de celulose) estão fazendo na cidade. Com a garantia das cargas para uso da hidrovia, o próximo obstáculo a ser superado é dar condições de navegabilidade ao Rio Jacuí. As cargas embarcadas em Cachoeira do Sul têm como destino Porto Alegre, onde poderão ser despachadas para qualquer lugar no mundo. A Granol tem o farelo e o óleo de soja como principais produtos a serem transportados. A Aracruz precisa levar madeira da região central para sua unidade de fabricação de celulose na cidade de Guaíba.

Segundo o prefeito Marlon Santos, neste momento as negociações com o Governo do Estado são para garantir a batimetria (identificação da profundidade do rio em seu curso) e posteriormente a dragagem, deixando o calado do Jacuí com pelo menos 2,5 metros de profundidade. Segundo o diretor da Superintendência de Portos e Hidrovias do Governo do Estado, Tito Viero, os pedidos feitos pela Aracruz e Granol para uso do porto e da hidrovia estão sendo analisados e tudo indica que a estrutura finalmente será utilizada.

PLATAFORMA - Tito Viero lembra que a plataforma existente faz parte de um projeto que prevê outras duas bases para o atraque de embarcações. “A construção dessas outras bases, uma mais alta e outra mais baixa, está fora de discussão neste momento”, observa ele. Com as outras duas plataformas, os navios poderiam usar a estrutura o ano inteiro, sempre preferindo a que estivesse mais próxima do nível da água. Atualmente, nas épocas de cheia o porto fica submerso.

Importante
Segundo o prefeito Marlon Santos, a ativação do porto abrirá caminho para que empresas instaladas em Cachoeira do Sul se tornem mais competitivas, já que o frete feito pelas hidrovias é muito mais barato do que o rodoviário. “Cachoeira do Sul está próxima de se tornar um pólo para o transporte de cargas, pois poderemos integrar as rotas rodoviárias, ferroviárias e hidroviárias”.

A Granol está pedindo junto à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) a licença de operação. Com esse licenciamento, a empresa paulista irá esmagar soja para produzir farelo e óleo. A empresa também espera a liberação de uma área, também junto ao porto, para construir uma indústria de fabricação de biodiesel. Uma cedência de área semelhante terá que ser feita para a Aracruz, que além de embarcar as toras para Guaíba, projeta para 2012 instalar uma unidade fabril que dará o primeiro tratamento na madeira, picoteando a matéria-prima que é usada para produzir celulose.

UMA PERGUNTA
A plataforma do Porto de Cachoeira do Sul é grande suficiente para atender a Aracruz e a Granol?
Não. Aracruz e Granol deverão usar pontos diferentes para o embarque de cargas. A Granol deverá ser a primeira a utilizar o Rio Jacuí para o transporte de carga. O projeto inicial não prevê o uso da plataforma, já que o complexo industrial está ligado a um terminal para embarque de óleo com tubulação que permite carregar grandes embarcações. A Aracruz, por sua vez, deverá usar a plataforma do porto para carregar os navios.
(Por Giuliano Fernandes, Jornal do Povo, 11/07/2006)
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