A Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) inicia em setembro a produção de H-Bio. O novo tipo de combustível que mistura óleo vegetal (da mamona, da soja e outras oleaginosas) no processo de fabricação do diesel, resultando em um óleo menos poluente e de mehlor qualidade, será comercializado epal refinaria de Canoas no começo do próximo ano.

A informações são da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que esteve ontem em Porto legre visitando o Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec). "O nível de equilíbrio que é possível construir no mercado agrícola com o H-Bio é muito grande. Ele é o casamento entre a agricultura e a energia", comemora e ministra. Dilma salienta que o H-bio será uma "poupança de divisas" porque o Brasil ainda importa óleo diesel.

Quando, além da Refap, refinarias da Petrobras localizadas em Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro iniciarem a produção de H-Bio, a expectativa é de que ocorra uma redução em 25% da importação do diesel. A situação da outra refinaria gaúcha, a Ipiranga de Rio Grande, também foi abordada pela ministra Dilma.

O secretário estadual do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai), Luis Roberto Ponte, sugeriu à ministra que a Refinaria Ipiranga forneça nafta - a principal matéria-prima do setor petroquímico - para a Companhia Petroquímica do Sul (Copesul). A iniciativa possibilitaria a volta das operações da empresa rio-grandina interrompidas ao final do mês passado. Para que isso ocorra, será necessário que a Petrobras permita a susbtituição da importação de nafta de outros estados para suprir a Copesul.

"Se for comercialmente sustentável, não tem problema. Mas a Petrobras não pode subsidiar investidor privado. Ela pode fazer parcerias", adianta Dilma. Ela afirma que a questão precisará ser analisada. A ministra levantou como possibilidade para viabilizar a operação da Refnaria Ipiranga a entrada da companhia no mercado de biodiesel. Segundo Ponte, a Ipiranga poderia produzir cerca de 30 mil toneladas de nafta ao mês. Ele não descarta a possibilidade do governo estadual conceder um subsídio através de créditos de ICMS para viabilizar a operação. Outro ponto definido pelo secretário é de que a Refap aumente o fornecimento de nafta à Copesul.
(Jornal do Comércio, 11/07/2006)