Canoas lidera ranking de potencial poluidor
2006-07-11
Planejar o uso dos recursos naturais e preservar os ecossistemas são
algumas das ações possíveis a partir do diagnóstico concluído pela Fundação
de Economia e Estatística (FEE), em conjunto com a Fundação Estadual de
Proteção Ambiental (Fepam), sobre o potencial poluidor dos 496 municípios
gaúchos. O estudo é resultado da aplicação dos índices de Dependência das
Atividades Potencialmente Poluidoras (Indap-Indústria) e de Potencial
Poluidor (Inpp-Indústria). Na região, Canoas (1.º), Novo Hamburgo (7.º),
Sapucaia do Sul (10.º), Campo Bom (11.º) e São Leopoldo (12.º) ocupam o
topo da lista de cidades cuja produção econômica representa maior ameaça de
agressão ao meio ambiente no Rio Grande do Sul. Já municípios de menor
porte, como Alto Feliz (219.º), São José do Sul (308.º) e Pareci Novo
(339.º) encontram-se entre os últimos colocados.
Os números do mapeamento geográfico-administrativo — uma das primeiras
experiências do gênero no Brasil desenvolvidas a partir de pesquisas
elaboradas desde 2003 — revelam que 65% das empresas que respondem pela
composição do Produto Interno Bruto (PIB) industrial gaúcho comprometem
seriamente o meio ambiente, 30% estão enquadradas como de médio potencial
poluidor, e apenas 5% constituem baixo risco de agressão à natureza. O
trabalho utilizou como princípio metodológico básico a vinculação das
atividades econômicas, através do índice de valor adicionado (IVA) bruto,
com os licenciamentos ambientais emitidos em território gaúcho.
CONTROLE - O secretário municipal de Preservação Ambiental, Marcos
Aurélio Chedid, explica que o índice de Canoas é alto em função de suas
características industriais e geográficas. “Os dados cruzados apontam o
potencial poluidor da cidade, mas não significa que seja poluída.” Chedid
cita a presença de uma refinaria de petróleo, de indústrias
metal-mecânicas e do transporte de produtos químicos próximos às três
bacias hidrográficas como motivos para controle mais efetivo no município.
Para o titular da Sempa, o fato de Canoas estar em posição tão delicada no
estudo da FEE e Fepam demonstra o quanto é importante o trabalho realizado
pela Prefeitura. “Apesar de tantos riscos, não há agressões ambientais
graves no município”, comenta. Chedid lembra do monitoramento constante
realizado pela secretaria. Desde 2003, Canoas tem liberação da Fepam para
emitir o licenciamento a empresas de pequeno e médio potenciais poluidores.
Em três anos, a Sempa já liberou mil documentos, além de fazer o controle
e cadastramento das atividades industriais da cidade. Também combate outros
tipos de poluição, como lixo clandestino e o esgoto cloacal. O último, de
acordo com Chedid, é o principal fator de poluição no município.
(Diário de Canoas, 11/07/2006)
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