Ministério apresentará plano de desenvolvimento sustentável do agronegócio da Amazônia
2006-07-11
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apresentará
ao Ministério do Meio Ambiente na próxima quinta-feira (13/07), às 17h,
o Plano Executivo de Desenvolvimento Sustentável do Agronegócio na
Amazônia Legal. A principal meta do plano é desenvolver ações focadas
prioritariamente nas áreas desmatadas da região, recuperando-as ao
processo produtivo e oferecendo alternativas de emprego e renda às
comunidades dessas localidades.
Ainda em fase de conclusão, o plano está sendo desenvolvido desde abril
deste ano pela Assessoria de Gestão Estratégica do Mapa. A proposta esta
inserida no contexto dos outras três propostas do governo federal: BR-163
Sustentável, Arco do Desenvolvimento e Plano Amazônia Sustentável. Todas
têm o objetivo de evitar a depredação da região e, ao mesmo tempo, criar
melhores condições de vida para a população da Amazônia.
“Estamos terminando os estudos sobre os gastos e alcance do Plano de
Desenvolvimento Sustentável do Agronegócio na Amazônia Legal”, revela o
coordenador do grupo responsável pela elaboração do trabalho, Carlos
Schlottfeldt. Segundo ele, o Mapa quer criar alternativas sustentáveis
para a região, que serão executadas concomitantemente com as ações de
vigilância e fiscalização das florestas previstas nas outros planos do
governo federal.
Parceria
O trabalho do Mapa, destaca Schlottfeldt, foi elaborado em parceria com
os governos dos estados amazônicos, superintendências federais de
agricultura, agências de desenvolvimento e Banco da Amazônia. De acordo
com ele, o plano identificou como problema principal a evolução do
agronegócio desajustada das potencialidades, características e limitações
regionais.
Essa situação é originada pela infra-estrutura e capital social limitados;
baixo nível de organização dos produtores; políticas públicas
descomprometidas com os resultados; baixa disponibilidade local de
conhecimentos técnicos/gerenciais e desorganização fundiária. “A solução
para esses problemas é redimensionar o desenvolvimento do agronegócio na
Amazônia, de forma a considerar as potencialidades e limitações regionais”,
diz Schlottfeldt.
Para resolver essas questões, o plano propõe três programas. O primeiro é
o de capacitação, que prevê a formação participativa de produtores para
o desenvolvimento sustentável do agronegócio e o aperfeiçoamento
profissional para o desenvolvimento sustentável do agronegócio. “Os
produtores locais deverão ser capacitados para a produção sustentável e
a gestão de seus estabelecimentos, considerando as potencialidades e
prioridades identificadas para a região”, ressalta Schlottfeldt.
A capacitação será feita preferencialmente por intermédio da metodologia
UTD (Unidade de Teste e Demonstração). “A idéia é implantarmos no mínimo
cem UTDs por ano até 2015. Com isso, conseguiremos atingir diretamente 90
mil pessoas da região. Indiretamente, esse número chegará a 500 mil
habitantes da região”, comenta o coordenador do Plano Executivo de
Desenvolvimento Sustentável do Agronegócio na Amazônia Legal.
A metodologia UTD, explica Schlottfeldt, permitirá fortalecer os conceitos
de sustentabilidade ambiental, gestão de negócios, associativismo de base
e o conhecimento e respeito à legislação ambiental e sanitária, sem
perder de vista a realidade social e econômica. “Os produtores também
deverão ter acesso aos resultados de projetos sustentáveis exitosos. Os
eventos de capacitação serão executadas nas comunidades locais e os
resultados divulgados amplamente.”
O segundo programa prevê a promoção do desenvolvimento sustentável do
agronegócio. Para tanto, o Mapa deve incentivar as seguintes ações:
agregação de valor, comercialização, marketing de produtos regionais,
inovação tecnológica para a produção sustentável, fomento e apoio a
sistemas de produção sustentável, promoção e cooperativismo e
aperfeiçoamento dos sistemas de defesa agropecuária.
O terceiro programa do plano é o de articulação operacional para o
desenvolvimento sustentável do agronegócio. Por seu intermédio, o Mapa e
seus parceiros vão fazer a articulação interinstitucional dos sistemas
operacionais e de planejamento. O aperfeiçoamento dos sistemas de
informação para o agronegócio sustentável e a sua valorização pública
também estão previstos nesse programa.
(O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento , 10/07/2006)
http://www.agricultura.gov.br/