(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2006-07-11
A acelerada busca por energia proveniente da agricultura vai mudar a estrutura agrícola mundial nos próximos anos. E o Brasil é o país que mais deve ganhar com a mudança, trazendo novo alento ao combalido agronegócio do país.

E deve ganhar tanto como produtor de bioenergia como de grãos, já que a nova corrida deve abrir maior espaço para a cana-de-açúcar, a soja e o milho nacionais. Esse avanço da bioenergia será benéfico também para a agricultura dos EUA.

No Brasil, a redescoberta do álcool, com a chegada dos carros bicombustíveis, permite que a cana avance sobre outras culturas tradicionais, como o café e a laranja. Esses três produtos praticamente disputam o mesmo espaço no Estado de São Paulo, que detém grande importância nesses setores.

"Essa febre por agroenergia traz um novo modelo agrícola", diz Fernando Muraro, diretor da Agência Rural, de Curitiba. Já nos EUA, "há o ressurgimento de uma economia agrícola baseada em uma nova industrialização: a do etanol", afirma.

Os EUA vivem "uma nova corrida do ouro", mas desta vez em busca de etanol, produzido à base de milho, mostra estudo do especialista em agricultura Chris Hurt, economista da Universidade Purdue, de Indiana. Nos EUA, o milho vai ganhar espaço cedido pela soja e, em menor parte, pelo trigo.

Eduardo Pereira de Carvalho, presidente da Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), diz que essa busca pela energia alternativa "dá origem a uma nova agricultura, mas com crescimento veloz". No Brasil, esse crescimento tem como suporte a cana e se dá à velocidade de 10% a 12% ao ano. Nos EUA, onde o suporte é o milho, a evolução é de 20% a 25% por ano.

Preços em alta
Um dos primeiros reflexos dessa nova conjuntura agrícola é a elevação dos preços das commodities, como álcool, milho e óleo de soja.

Se os preços do petróleo se mantiverem elevados, o desvio do milho para a produção de combustível sempre será um atrativo. O mesmo ocorre com a soja, embora a tecnologia de aproveitamento da oleaginosa como combustível, via biodiesel, ainda esteja atrasada em relação ao etanol.

Se esse cenário anima os produtores de grãos, deixa apreensivos os de carne, grandes usuários desses produtos. Seguramente, a cadeia de produção de proteínas não teria cacife para concorrer com os combustíveis em um cenário de continuidade de alta do petróleo.

Os preços já estão em alta. O contrato de milho de setembro está em US$ 2,51 por bushel em Chicago. O de setembro de 2008 já indica US$ 3,26.

Algumas análises indicam que a indústria de etanol poderia pagar, no futuro, até US$ 7 por bushel de milho se o petróleo continuar subindo.

Nesse rearranjo da economia mundial agrícola, o Brasil só tem a ganhar nos setores de cana-de-açúcar, soja e até com o esquecido milho. Além da importância interna maior que o álcool começa a ter, há um acelerado aumento da demanda externa. O Brasil é o país com maior capacidade produtiva para abastecer esses mercados.

Nos EUA, o espaço dedicado à agricultura já está definido e não há novas fronteiras para avançar. Para produzir mais milho, os americanos vão reduzir a área plantada com soja, deixando espaço para o Brasil.
(Por Mauro Zefalon, Folha de S. Paulo, 09/07/2006)
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi0907200602.htm

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -