G8 discutirá energia nuclear como solução para crise energética
2006-07-11
A cúpula de líderes do grupo de países mais ricos do mundo mais a Rússia (G8) que será realizada no próximo fim de semana, em São Petersburgo (Rússia), defenderá a utilização da energia nuclear como um dos eixos para solucionar a crescente demanda energética e, ao mesmo tempo enfrentar a mudança climática, disseram hoje (10/07) fontes européias.
A cúpula também abordará a delicada questão de conjugar a utilização deste tipo de energia com a não-proliferação de armas nucleares, tendo como pano de fundo a atual crise gerada pelo programa iraniano de enriquecimento de urânio. Os líderes devem aprovar na cúpula uma série de declarações, nas quais insistirão na necessidade de garantir a segurança da provisão e diversificação de energia.
O setor nuclear ganha importância frente ao aumento no preço do petróleo e do gás natural, devido ao crescimento da demanda dos países em desenvolvimento, que não pode ser acompanhada de um crescimento da produção. Além disso, a crescente pressão para reduzir as emissões de gases de efeito estufa vem levando diversos governantes europeus a estudarem a energia nuclear como uma alternativa possível a suas atuais matrizes energéticas. "Para onde quer que se olhe, a energia nuclear aparece", afirmou uma fonte comunitária.
No entanto, o G8 insistirá na necessidade de dar atenção especial à questão da não-proliferação de armas nucleares, para evitar que caiam em mãos consideradas "pouco seguras". "O emprego da energia nuclear deve ser compatível com a segurança e a não-proliferação de armas", acrescentaram as fontes. Os europeus esperam obter na cúpula um compromisso russo para a ratificação da Carta da Energia, que foi assinada por Moscou, mas ainda não foi ratificada.
A UE deseja ainda que sejam estabelecidos uma série de princípios no setor de energia (como funcionamento transparente de mercados) capazes de evitar crises semelhantes à causada pelo corte da provisão de gás aplicado pela Rússia no início do ano, que afetou vários países de toda a Europa. "Estamos confiantes de que os líderes adotarão um compromisso geral sobre esses princípios", assinalou a fonte, afirmando que o objetivo é de que "a cadeia energética funcione", algo que não pode ocorrer sem a plena cooperação de todos os países.
(EFE, 10/07/2006)
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